‘Hamilton se tornou um embaixador da memória do Ayrton’, diz sobrinha de Senna

Lalalli Sena, em entrevista ao Estadão, afirma que heptacampeão mundial nutre boa relação com a família e tem sido ‘sensacional desde o início da carreira’

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Foto do author Felipe Rosa Mendes

A morte de Ayrton Senna vai completar 29 anos em maio de 2023. Mas a memória do tricampeão mundial de Fórmula 1 segue viva tanto entre os brasileiros quanto entre os fãs de automobilismo pelo mundo. E um dos principais responsáveis por relembrar os feitos do ídolo nacional é um piloto inglês. Nos últimos anos, Lewis Hamilton se tornou um “embaixador da memória” de Senna, diz uma das sobrinhas de Ayrton.

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“O Hamilton tem sido sensacional desde o início da carreira dele. Ele sempre demonstrou um respeito e um carinho enorme pela nossa família e pelo próprio Ayrton. Ele aceitou muitos pedidos e convites que fizemos nos últimos anos e se tornou um embaixador da memória do Ayrton”, diz Lalalli Senna, em entrevista ao Estadão.

A relação entre a família Senna e Hamilton vem se estreitando a cada ano. O heptacampeão mundial viveu um dos momentos mais emocionantes de sua carreira em 2017 ao receber de presente uma réplica do emblemático capacete de Senna, na cor amarela. Na ocasião, a homenagem da família do tricampeão fazia referência ao feito do inglês de empatar com Senna no número de pole positions na F-1 (65) - Hamilton veio a superar a marca e detém o recorde atual de 103.

‘Hamilton se tornou um embaixador da memória do Ayrton’, diz sobrinha de Senna, responsável pela homenagem ao tricampeão mundial fixada no Autódromo de Interlagos. Foto: Alex Silva/ Estadão

“Estou tremendo”, disse o inglês ao receber o presente. O GP do Canadá daquele ano, local onde o piloto foi agraciado pela família Senna, ficou marcado pelas fotos de Hamilton abraçado ao capacete, até mesmo quando desfilou na pista sentado na porta do safety car.

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No GP de São Paulo, nesta semana, Hamilton fez mais um gesto para fortalecer este laço com a família do brasileiro. Ele visitou a Escola Estadual Lasar Segall, que conta com o apoio do Instituto Ayrton Senna. Lá, o heptacampeão conversou com estudantes e com Viviane Senna, irmã de Ayrton e presidente da entidade.

“Nós temos um carinho e um amor enorme pelo Hamilton. Não posso dizer que é amigo pessoal porque não faz parte do nosso dia a dia. Mas todos os encontros são sempre muito positivos, de muito coração, tanto da parte dele quanto da nossa parte. A gente tem um respeito e uma admiração enorme por ele, cada vez maior”, disse Lalalli.

A sobrinha de Senna reconhece até que a relação de Hamilton com o ídolo ajuda a divulgar as ações do Instituto. “Tudo o que ele faz tem um impacto gigantesco e é claro que isso é muito maravilhoso para a memória do Ayrton e ajuda a propagar esta memória pelo mundo todo.” Ela, contudo, enfatiza que o heptacampeão mundial não é oficialmente um representante da marca.

Lalalli vê semelhanças entre as trajetórias do brasileiro e do inglês, muito além dos títulos da F-1. “Ambos enfrentaram muitos preconceitos na vida. Para quem não era do Brasil, o Ayrton podia ser visto como o cara que não daria certo. Ninguém imaginava que um brasileiro iria se destacar num meio tão elitista, tão difícil.”

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“Isso inspirou o Hamilton a enfrentar os preconceitos que sofreu desde a infância. É muito genuíno que o Ayrton era um herói para ele, de verdade. Tendo conhecido ele um pouquinho melhor, dá para ver que enfrentou muitos desafios para se tornar quem ele é hoje.”

Para Lalalli, Hamilton retribui com o mesmo exemplo, ao visitar as crianças de baixa renda na escola na zona sul de São Paulo. “Ele recebeu as crianças, conversou com elas e as incentivou a serem o melhor possível. O Hamilton tem os mesmos valores que o Ayrton tinha, não é à toa que ele se sente tão conectado. Além de tudo, ele tem um amor enorme pelos brasileiros. De certa forma, ele ajuda a todos nós a contar a história do nosso País através do seu testemunho.”

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