Os Jogos Europeus 2023, que vão acontecer na Polônia entre os dias 21 de junho a 2 de julho, dos quais estão excluídos russos e belarussos, serão a oportunidade para os atletas ucranianos “mostrarem ao mundo que eles existem”, disse o presidente do Comitê Olímpico Europeu. “É uma oportunidade para os ucranianos mostrarem ao mundo como são resistentes e fortes, e erguer a bandeira ucraniana no topo dos pódios”, disse Spyros Capralos à AFP em entrevista por telefone.
Entre os cerca de 7 mil atletas esperados de 48 países, cerca de 200 poderão representar a Ucrânia e tentar a classificação para os Jogos Olímpicos de Paris nas modalidades em que isso é possível. “Isso dará aos atletas a chance de se classificar para Paris e será motivo de orgulho para o povo ucraniano, que tanto sofre com a guerra imposta pela Rússia”, acrescentou o patrono olímpico da Europa.
Na semana passada, o Comitê Olímpico Internacional (COI) recomendou reintegrar russos e belarussos individualmente nas competições, sem se pronunciar sobre sua eventual presença nos Jogos de Paris. Mas os organizadores dos Jogos Europeus dizem que a recomendação chegou tarde demais para ser levada em consideração. De qualquer forma, a Polônia faz parte dos países que se opõem ao retorno de russos e belarussos às competições esportivas enquanto a guerra continua.
A presença dos ucranianos nos Jogos Europeus está ligada “ao programa de solidariedade lançado pelos comitês olímpicos nacionais para fornecer ajuda financeira e treinamento a atletas que vivem fora da Ucrânia”, acrescentou Capralos. Mais de um milhão de ucranianos estão atualmente refugiados na Polônia, segundo dados oficiais. Então os atletas podem ter apoio em alguns locais. “As autoridades polonesas estão trabalhando para preparar programas de entrada para refugiados”, disse.
A edição deste temporada será a terceira dos Jogos Europeus, lançados em 2015 em Baku. “Com 7.000 atletas, será o maior evento desportivo organizado na Europa desde a pandemia da covid-19″, comemorou o patrono do Comité Olímpico Continental. / AFP
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