MARCIUS AZEVEDO
O Santos conquistou o título que almejava na temporada, mas Muricy Ramalho não quer saber de passar vergonha no Campeonato Brasileiro. Com o que tem em mãos hoje, o técnico prevê muitas dificuldades e, por isso, fez novo apelo à diretoria. Reforços são necessários.
"Temos um plantel reduzido, estou preocupado há algum tempo. Estamos pagando o preço de clube que ganha titulo. Há uma valorização dos atletas, Seleção Brasileira... Temos de ter mais opções", disse Muricy, que, em seguida, reclamou.
"Você vai ao mercado e está tudo caríssimo. Os clubes acham que o Santos está com muito dinheiro, mas não estamos porque não vendemos ninguém."
Não é só Muricy que está preocupado. O presidente Luís Álvaro Ribeiro também foi pressionado por torcedores sábado no Pacaembu depois da magra vitória sobre o América Mineiro. Eles exigiram reforços.
O dirigente respondeu aos torcedores que está tralhando, mas, como revelou Muricy, não está fácil. O clube havia acertado com Zé Roberto, mas ele deve ficar na Europa. O mesmo aconteceu com Diego. Agora Luís Álvaro direciona o foco para o meia Cleiton Xavier, ex-Palmeiras, e hoje no Metalist da Ucrânia.
"O Cleiton cairia muito bem. É um jogador que eu admiro desde o Figueirense. Eu ainda não estava na presidência do Santos e lamentei quando ele foi negociado com o Palmeiras", comentou o presidente. "É um grande jogador e que interessa. Já entramos em contato com o clube dele. Mas de interesse para a concretização do negócio é uma diferença grande."
O lateral-direito Jonas, do Coritiba, é outro que entrou na lista de possíveis reforços, já que Jonathan está de malas prontas para a Inter de Milão.
Enquanto isso, Muricy perde o sono para armar o time para o clássico contra o Palmeiras, domingo, no Pacaembu. Neste jogo, além de Neymar, Ganso e Elano na Seleção, ele não terá Danilo, Alex Sandro e Felipe Anderson, que se apresentam à Seleção Sub-20, além de Adriano, lesionado.
"Não tenho noção de quem vou escalar. A gente já quase não tinha time, e agora não sei o que vou fazer. Infelizmente é assim. Mas vou encontrar alternativas", afirmou o técnico, que terá de escalar alguns garotos, apesar de não gostar muito dessa ideia.
"É um clássico, e por isso há o perigo de queimar os meninos. Mas não tenho outra saída. Ainda bem que temos uma semana para trabalhar." (Colaborou Moreno Bastos).
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