Kelvin Hoefler não conseguiu sua segunda medalha olímpica. Prata em Tóquio-2020 no skate street, o brasileiro de 31 anos terminou a final das Olímpiadas de Paris em sexto lugar, após uma prova de altíssimo nível, e o Brasil encerrou o terceiro dia de Jogos sem medalha, após Rafael Silva e Daniel Cargnin ficarem fora do pódio no judô.. Embora tenha protagonizado bons momentos, Kelvin chegou à última manobra precisando de uma nota muito alta para subir o pódio e caiu ao tentar completar a tentativa.
A maior celebração, mais uma vez, foi do Japão, que alcançou o ouro com Yuto Horigome, agora bicampeão olímpico, graças a uma histórica nota 97.08 em sua última manobra, o que lhe rendeu a pontuação total de 281.14. A prata e o bronze ficaram, respectivamente, com o americano Jagger Eaton (281.04) e seu compatriota Nyjah Houston (279.38), lenda do skate, mas que ainda não tinha medalha olímpica.
Na disputa do street olímpico, os competidores correm duas voltas de 45 segundos e apenas a mais alta conta. Depois, são cinco tentativas de manobras, das quais são validadas as duas com maiores avaliações.
A primeira volta do Kelvin foi muito consistente. Certeiro nas variações de flip e utilizando bem os caixotes, animou o público na Praça da Concórdia com uma apresentação de erros mínimos, finalizada em alta rotação com um backside noseblunt no corrimão.
O sorriso no rosto do paulista ao final da volta indicava esperança de talvez receber nota acima de 90.00, mas teve de se contentar com o 87.25 atribuído pelos juízes. Tal pontuação o deixou em quarto lugar ao fim da primeira corrida, atrás da dupla japonesa Sora Shirai (90.11) e Yuto Horigome (89.90), medalhista de ouro nos Jogos de Tóquio, e do eslovaco Richard Tury (87,75).
Quando desceu para a segunda volta, o skatista paulista mostrou muita precisão até tentar elevar o nível com uma manobra mais complexa, o flip frontside nosegrinde, e acabar no chão ao não conseguir concluí-la. Pontuou apenas 38.74 e ficou com o 87.25 contando com sua maior nota de voltas, levando-a para somar com as duas melhores manobras na parte final. Os adversários elevaram o nível e ele caiu para a sexta colocação. Assim, a etapa de voltas terminou com Nyjah Huston (93.7), Jagger Eaton (91.92) e Shirai (90.11) como os três melhores.
Assim como Rayssa Leal fez na conquista do bronze no street feminino, Kelvin precisava brilhar nas manobras individuais para ir ao pódio. Foi o que fez logo na primeira das cinco tentativas, avaliada em 90.14. O brasileiro queria mais, como indicou balançando a cabeça. O nível da disputa estava muito alto, tanto que seis skatistas arrancaram notas acima de noventa na primeira rodada de manobras. Kelvin chegou a ficar em terceiro, mas caiu para sexto.
Em sua segunda manobra, o skatista paulista errou a manobra e zerou. Restavam, portanto, três tentativas para tentar superar os adversários. A briga pelo ouro concentrava-se em Nyjah, Eaton, Shirai e Horigome, enquanto Kelvin ia sendo jogando para baixo na classificação, batendo em sétimo. A recuperação veio na terceira manobra, encaixada com precisão no corrimão para tirar 92.88 dos juízes e subir provisoriamente para terceiro, antes de ser ultrapassado por Tury.
Klevin errou quarta tentativa, tentando a mesma manobra que rendeu um 93.7 a Jaggaer Eaton, e foi para a última rodada sabendo que era tudo ou nada. Errou também a última manobra e acabou em sexto lugar.
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Como foi a semifinal?
Único brasileiro na 1ª bateria, Kelvin Hoefler fez a melhor volta entre todos os participantes da semifinal, ganhando 90.41 dos juízes. Nas manobras, o skatista de Guarujá, no litoral paulista, teve 85.53 e 80.30 como maiores notas.
A pontuação 265.24 colocou Kelvin Hoefler com a 6ª melhor campanha no geral, ficando atrás de Jagger Eaton (Estados Unidos), Nyjah Huston (Estados Unidos), Sora Shirai (Japão), Yuto Horigome (Japão) e Matias Dell Olio (Argentina).
Em uma das quedas, Hoefler sentiu dores no punho e no cotovelo. O brasileiro foi atendido e voltou para a pista com a mão enfaixada. Mas nada que preocupa.”Eu já tinha machucado essa minha mão há um mês, um mês e meio. Caí com a mão de novo e machuquei, e, agora, doeu o cotovelo”, revelou.
Eliminados
Na 3ª bateria, os outros dois representantes do Brasil, Giovanni Vianna e Felipe Gustavo conseguiram ótimas notas 92.85 e 93.22, respectivamente, em suas melhores manobras, mas não acertaram nenhumas das outras quatro tentativas e não tinham ido bem o suficiente na etapa de volta. Assim, se despediram precocemente das Olimpíadas de Paris. Giovanni ficou em 13º e Felipe em 15º.
A prova de street masculino inicialmente aconteceria no sábado, 27, mas foi adiada porque a pista estava molhada devido ao mau tempo em Paris.
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