O ciclista norte-americano Lance Armstrong, heptacampeão da Volta da França, a mais famosa competição do esporte, admitiu em 2004 ter feito uso de substância dopantes antes de ser diagnosticado com câncer, segundo a edição desta sexta-feira do jornal francês Le Monde. Em 28 de outubro de 1996, um médico do Hospital Universitário de Indianápolis, nos Estados Unidos, perguntou a Armstrong se ele havia feito uso de doping antes de preparar seu protocolo médico pós-operatório - o ciclista foi submetido a uma operação no cérebro devido a uma metástase do câncer que teve originalmente nos testículos. Armstrong respondeu afirmativamente e disse que tinha consumido "EPO, hormônios de crescimento, cortisona, esteróides e testosterona". As revelações do Le Monde se baseiam no testemunho de Betsy Andreu, mulher do ex-companheiro de equipe e melhor amigo de Armstrong, Frankie Andreu. "O médico começou a fazer perguntas banais a ele e, de repente, mandou: Tomou produtos dopantes? Ele respondeu que sim. Ele perguntou quais e Lance respondeu: EPO, hormônios do crescimento, cortisona, esteróides e testosterona", explicou Betsy Andreu ao tribunal de Dallas. Frankie Andreu reiterou as declarações feitas por sua esposa. O depoimento foi dado dentro de um processo que Armstrong move contra a companhia de seguros SCA Promotions, que se nega a lhe pagar o prêmio de US$ 5 milhões por sua vitória na Volta da França de 2004, por considerar que existem fundadas suspeitas de doping. O tribunal já deu razão ao ciclista, por considerar que a vitória não foi contestada a tempo pelas autoridades esportivas.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.