PUBLICIDADE

Análise|Lucas faz gol, dá assistência, mas não consegue levar o São Paulo à vitória diante do Botafogo

Empate por 2 a 2 no Morumbis teve grande atuação do meia; time tricolor soma segundo empate seguido no Campeonato Brasileiro e se afasta da ponta

PUBLICIDADE

Foto do author Gonçalo Junior
Atualização:

O empate por 2 a 2 entre São Paulo e Botafogo nesta quarta-feira, 24, trouxe mensagens importantes para as próximas rodadas do Campeonato Brasileiro. O time tricolor não pode depender apenas de Lucas e Ferreira se quiser se aproximar dos líderes e voltar à zona de classificação direta para a Libertadores; os botafoguenses reafirmam a condição de candidatos ao título.

São Paulo e Botafogo fizeram um jogo agitado no Morumbis, com alternância de controle em toda a partida Foto: Vitor Silva/Botafogo.

PUBLICIDADE

O problema maior do São Paulo foi a falta de mobilidade no meio e de aproximação entre os setores, principalmente na etapa inicial. O time explorou apenas as individualidades. E Lucas correspondeu como principal alternativa de ataque. Tem sido assim nos últimos jogos: ele foi o responsável por todos os últimos gols do time do torneio. Mas jogou praticamente sozinho; seu desempenho não foi acompanhado de perto pelos meias.

Na próxima partida, diante do Fortaleza, fora de casa, o desafio do time tricolor será grande: ele está suspenso pelo acúmulo de cartões.

O Botafogo, por sua vez, reafirmou a força do conjunto. Mesmo sem Júnior Santos, principal atacante que se lesionou na última semana, o time já se reorganizou para fechar o meio com três volantes e jogar pelas pontas, explorando principalmente o avanço dos laterais. E deu certo. Parece ter encontrado um jogo sólido para continuar na liderança.

A equipe carioca quebrou um recorde no torneio: é o primeiro time na história dos pontos corridos a marcar pelo menos um gol nos 19 jogos do primeiro turno.

Os primeiros minutos foram uma antecipação de um confronto que seria agitado. Foi assim desde o primeiro apito. Os donos da casa aproveitaram a primeira investida quando Bastos acertou o rosto de Ferreira dentro da área, aos 5 minutos. É o tipo de lance que nem todos os árbitros apitariam. Pênalti convertido por Lucas.

A resposta botafoguense foi quase imediata: Tiquinho Soares cabeceou na área viu a bola tocar no braço de Welington. Após recomendação do VAR, o árbitro marcou a penalidade. O próprio Tiquinho empatou. Aos 10 minutos, portanto, o placar já apontava 1 a 1, após um pênalti para cada lado.

Publicidade

Gradativamente, a balança da partida começou a pender para o lado carioca. Bobadilla e Luiz Augusto não conseguiam se aproximar dos meias e dos atacantes do time tricolor. Faltava dinamismo, tocar e aparecer para receber à frente. Com isso, o time ficou sem fluidez. Lesionado, Alisson ainda faz falta.

Além das arrancadas de Lucas, quase sempre cercadas por dois ou três defensores, Ferreirinha era a outra válvula de escape. Os meias faziam os lançamentos e torciam que ele tirasse um coelho da cartola. Ou da chuteira. Obviamente, nem sempre ele conseguia. Ao perder a bola, o time abria espaço para contra-ataques.

Mais contundente e objetivo, movendo-se sempre em bloco, o Botafogo virou aos 21 minutos. O lateral Cuiabano adquiriu um protagonismo improvável, invadiu a área e fez o segundo gol após belo passe de Tiquinho, aos 21.

O time do Botafogo recuou e armou a arapuca do contra-ataque. Poderia ter feito o terceiro gol ainda no primeiro tempo, após duas arrancadas de Luiz Henrique. O time visitante mostrou mais alternativas táticas e mais personagens aptos para controlar e definir o jogo. O grande destaque botafoguense foi o atacante Luiz Henrique, que levou vantagem sobre os defensores em praticamente todos os lances.

O Botafogo, no entanto, recuou muito, sentiu-se confortável demais com a vantagem e cometeu um pecado mortal: deu espaço para Lucas. Em mais uma arrancada, ele lançou Ferreira, que conseguiu o empate aos 14 da etapa final.

Embalado pelo empate e pela mudança de atmosfera no estádio causada pela entrada de Calleri no lugar de André Silva, o São Paulo se aproximou da vitória. Novamente o leme da partida mudou de mãos. O time da casa perdeu duas grandes chances, com Ferreira e Luciano.

SÃO PAULO 2 x 2 BOTAFOGO

  • GOLS: Lucas, aos 5; Tiquinho Soares, aos 10 e Cuiabano, aos 21 do primeiro tempo; Ferreira, aos 21 do segundo tempo
  • SÃO PAULO: Rafael; Igor Vinícius, Arboleda, Alan Franco e Welington; Bobadila, Luiz Gustavo, Lucas Moura e Luciano (Erik); André Silva (Calleri) e Ferreira (Michel Araujo). Técnico: Maxi Cuberas (auxiliar).
  • BOTAFOGO: John; Damián Suárez, Bastos, Alexander Barboza e Cuiabano; Marlon Freitas (Alan), Gregore (Danilo Barbosa), Tchê Tchê (Barbosa), Luiz Henrique (Carlos Alberto) e Savarino; Tiquinho Soares (Kauê). Técnico: Artur Jorge.
  • CARTÕES AMARELOS: Gregore, Alan Franco, Lucas, Welington, Marlon Freitas, Cuiabano, Maxi Cuberas (auxiliar), Luciano.
  • ÁRBITRO: Felipe Fernandes de Lima (MG)
  • PÚBLICO: 53.244 pagantes
  • RENDA: R$ 3.155.055,00
  • LOCAL: Morumbi (SP)

Publicidade

Análise por Gonçalo Junior
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.