Análise | Maguila: campeões de alma no boxe não perdem jamais e lutam sempre nos ringues mais importantes

Brasileiro não vai colocar seu nome no Hall da Fama como Tyson, Holyfield e Foreman, mas sua direita pode ser comparada a qualquer outra no mundo da nobre arte

PUBLICIDADE

Atualização:

Muitos gostam de lembrar com desprezo as derrotas de Maguila para Evander Holyfield e George Foreman. Pura inveja. Afinal, um garoto pobre saído de Aracaju, que desembarcou na fria São Paulo e entrou meio sem querer no boxe, só porque era fã de Muhammad Ali, e chegou a ser o segundo peso pesado do mundo merece todo o respeito.

Maguila não vai colocar seu nome no Hall da Fama do Boxe como Mike Tyson, Evander Holyfield e George Foreman, mas sua direita pode ser comparada a qualquer outra no mundo da nobre arte. Se Maguila lutasse hoje, seria páreo para qualquer um, Tyson Fury, Oleksandr Usyk, Anthony Joshua... Lutaria em Las Vegas, Nova York ou Riad. Sempre com bolsas milionárias.

O pugilista brasileiro Adilson Maguila Rodrigues comemora vitória contra o inglês Dave Carside, durante luta realizada em São Paulo - 12/06/1988. Foto: Sérgio Berezovsky/AE

PUBLICIDADE

Após 24 anos de sua aposentadoria, quando se fala no boxe brasileiro no exterior, o nome de “Rodrigues” sempre é lembrado, ao lado de campeões mundiais como Eder Jofre e Acelino Popó Freitas.

No histórico duelo com Holyfield, em 1989, Maguila deixou o lendário norte-americano nos ‘calcanhares’. Restou um golpe mais bem colocado para que o filho de seu Tagino e dona Jolinda obtivesse uma das maiores vitórias da nobre arte nacional.

Mas não faz mal. Maguila foi além de um mero boxeador. Foi um comunicador. Colocou o boxe entre os principais esportes do País, lotou ginásios, se transformou em ídolo, virou personagem de TV. Depois das lutas criou uma marca registrada, ao agradecer os patrocinadores. Agora, é nossa vez.

Publicidade

Os amantes da nobre arte te agradecem pela valentia e força demonstradas nas 85 vezes em que subiu ao ringue. Vibramos com suas 77 vitórias, mais ainda com seus 61 nocautes. As derrotas fazemos questão de esquecer. Pois os campeões de alma não perdem jamais.

Análise por Wilson Baldini Jr

Wilson Baldini Jr. é jornalista esportivo desde 1987. Trabalhou na Folha de S. Paulo, Jovem Pan, Jornal da Tarde, ESPN Brasil, PSN, TV Globo, Lance! e tem mais de 25 anos de Estadão. Cobriu as Copas de 2006, 2010 e 2014, e as Olimpíadas de 2008 e 2012. Fez a cobertura de 36 lutas internacionais de boxe.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.