O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) resolveu tirar da cidade de Kuching, na Malásia, o Mundial Paralímpico de Natação, que está marcado para 29 de julho a 4 de agosto. A decisão ocorreu após o país se negar a permitir a participação de atletas de Israel no evento. Uma nova sede ainda será definida em nova eleição e a competição a princípio será realizada na mesma data, mas haverá uma margem de negociação.
"Todo Campeonato Mundial deve ser aberto a todos os atletas e nações elegíveis, para competirem em segurança e livres de discriminação. Quando um país-sede exclui atletas de uma determinada natação por razões políticas, então não temos alternativa a não ser procurar por outra sede", explicou o brasileiro Andrew Parsons, que é presidente do IPC.
Quando a Malásia, um país formado majoritariamente por muçulmanos, foi escolhida como sede do Mundial, em 2017, deu garantias de que todas as nações poderiam participar. Mas houve uma mudança de governo no ano passado e os dirigentes avisaram que não permitiriam a presença de Israel, inclusive o primeiro ministro Mahathir Mohamad, de 93 anos, que já tinha sido ditador no país por mais de 22 anos. "Independentemente dos países envolvidos, o IPC tomaria a mesma decisão se fosse uma situação semelhante envolvendo outros países", avisou Parsons.
As candidaturas para receber o Mundial serão aceitas até 11 de fevereiro, mas o favoritismo está com Portugal, que tem a intenção de receber a competição na Ilha da Madeira. São esperados cerca de 600 atletas de 60 países. "O movimento paralímpico será movido sempre pelo desejo de inclusão, não de exclusão", concluiu Parsons.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.