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Opinião | Eleição para a CBF pode enfim abrir caminho para a tão sonhada liga

Hoje divididos em dois blocos para negociações comerciais, a Libra e a Liga Forte União, nunca antes pareceu tão perto a união por uma liga

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Foto do author Marcel Rizzo
Atualização:

Ednaldo Rodrigues será reeleito, na próxima segunda-feira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Não há concorrentes. O insólito processo eleitoral pode ser realizado a partir de um ano antes do início do novo mandato, que será de março de 2026 a março de 2030.

A eleição ocorre ao mesmo tempo em que os clubes se preparam para tomar da CBF a organização do Campeonato Brasileiro. Hoje divididos em dois blocos para negociações comerciais, a Libra e a Liga Forte União, nunca antes pareceu tão perto a união por uma liga.

Em 2022, John Textor (centro) assinou acordo com a Libra ao lado de Leila Pereira e Julio Casares. Foto: Divulgação/Botafogo

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O plano é o de um CNPJ único já em 2025, para que em 2026 sejam tomadas medidas burocráticas necessárias e, a partir de 2027, o Brasileirão já esteja sob o comando dos clubes. Para isso será necessário negociar com Ednaldo.

Temas como calendário, arbitragem e tribunal desportivo terão a participação da CBF, não só durante um período de transição, mas com a liga já estruturada. A confederação organizará a Copa do Brasil, e os clubes continuarão subordinados a ela com relação ao registro de jogadores.

Não será um “até logo, CBF”, o que torna a eleição de segunda-feira importante. Ednaldo inscreveu sua chapa com 26 assinaturas de clubes, entre os 40 das Séries A e B, que fazem parte do colégio eleitoral. Era preciso quatro. Não era um documento de declaração de apoio, mas burocrático para viabilizar a chapa. Mesmo os que não assinaram acenam a Ednaldo.

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À coluna, Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, disse que o clube já havia manifestado de forma verbal ao dirigente o apoio. Mário está como chefe da delegação da seleção brasileira para os jogos contra Colômbia e Argentina, pelas Eliminatórias. A direção do Fortaleza citou a promessa de diálogo da CBF com a LFU, bloco do qual faz parte, para justificar o aval.

Os clubes são coadjuvantes na eleição. Como o peso do voto das federações estaduais é maior, um candidato que feche com 21 das 27 federações está eleito, mesmo que os 40 clubes estejam contra ele. Ronaldo Fenômeno não viabilizou sua candidatura por causa disso.

Em alguns momentos, alguns presidentes ensaiaram uma condução mais crítica, até mesmo de oposição, com relação a Ednaldo Rodrigues, mas as discussões se tornaram rasas e com temas fixos, como arbitragem e gramados sintéticos.

Os próximos dois anos serão decisivos para o rumo que o futebol brasileiro tomará para a sua organização, o que impacta até mesmo no principal produto da CBF, a seleção brasileira. Campanhas ruins em Copas não são apenas culpa de uma geração de jogadores que não corresponde.

Opinião por Marcel Rizzo

Formado em jornalismo pela PUC-Campinas foi repórter e editor no Diário Lance, repórter no GE.com, Jornal da Tarde, IG e Itatiaia, colunista na Folha de S. Paulo (Painel FC) e no UOL. Cobriu in loco três Copas, quatro Copas América, Olimpíada, Pan-Americano, Copa das Confederações, Mundial de Clubes e finais de diversos campeonatos.

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