Convicção! Eis uma palavra essencial no futebol. É preciso ter muito desse verbete à mão em momentos decisivos. Por exemplo, na hora de contratar um jogador, ela é essencial. E no momento de celebrar um contrato de patrocínio? Também!
Mas há uma situação em que ela não é só companheira, ela é também imprescindível... Quando? No momento em que o clube escolhe o treinador. Se a escolha não tiver sido feita de maneira convicta, pode ligar a máquina do tempo, porque o fim da parceria passa a ser uma questão de cenário.
É justamente essa palavra que lança um ponto de interrogação em direção ao Santos, depois da efetivação de Marcelo Fernandes como seu novo treinador. Porque a duração de Fernandes no posto não passa somente por resultados, passa fundamentalmente pela confiança depositada nele e pela credibilidade de suas decisões junto ao elenco e diretoria. Ou seja, dois pilares que servem de sustentação à convicção.
O que pesa favoravelmente a Fernandes é seu tempo de Santos. O agora treinador do time de Vila Belmiro já foi zagueiro da equipe nos anos 90 e vinha de um jeito ou de outro trabalhando no clube nos últimos anos.
Ou seja, Marcelo Fernandes conhece bem os caminhos do clube, sabe em quem pode confiar e quem ouvir. E entende que aproveitar os garotos da base no time principal está longe de ser uma escolha, é quase uma obrigação. Todos esperam que o Santos lance jogadores todos os anos. Já faz parte da cultura do time.
Mas apesar de conhecer toda a cantilena, Fernandes sabe que o entendimento não lhe salvará. O agora treinador do Santos vai precisar manter o bom relacionamento com os jogadores, definir claramente os critérios de escalação e dar oportunidades aos bons atletas da base para, primeiro, manter o bom desempenho do time no Paulista. E depois chegar com prestígio no Campeonato Brasileiro de 2015.
Até porque Marcelo Fernandes não herda uma terra arrasada. Pelo contrário! Sua equipe tem uma das melhores defesas da competição e o segundo melhor ataque do torneio. Além disso, lidera o Paulista na classificação geral.
Portanto, o que se espera de Fernandes é que leve o Santos até pelo menos as semifinais do Paulista, já que nas quartas-de-final o adversário será um time do interior do Estado que naturalmente tem investimento, elenco e qualidade inferiores ao Santos.
Em outras palavras, Marcelo Fernandes somente deverá dormir tranquilo, ou seja, ter a certeza de que comandará o Santos no Campeonato Brasileiro se desembarcar na final do Paulista, porque aí a história vai mudar de figura.
Primeiro, porque teria levado o clube à final, como Oswaldo de Oliveira o fizera em 2014. E depois, porque um resultado expressivo desses dará à convicção que a diretoria pode até não dizer publicamente, mas anseia. Ou seja, de que o Santos não seria somente capaz de revelar jogadores, mas também treinadores.
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