Alfredo é de um tempo em que ser prata da dourada casa palmeirense era um chumbo grosso e pesado. Mesmo campeão na base, bastante técnico para ser volante, inteligente para se antecipar como zagueiro, seguro para jogar duro na cozinha, Alfredo teve de rodar o País. Do Sul do Cruzeiro gaúcho ao Norte do Nacional de Manaus. Marcílio Dias. América de Rio Preto. Até enfim voltar ao Parque Antarctica para ficar. Mas na gelada reserva de Polaco que veio do maior rival em 1972.
Alfredo já tinha sido banco de Nelson. De Minuca. E tinha crédito de humildade e paciência para aguentar mais uma espera. Mas ainda no começo de 72 o Polaco se lesionou contra o Peñarol. Alfredo assumiu a zaga. Para começar jogando contra o Boca a primeira das 16 vezes em que Leão e bela companhia foram escalados na Segunda Academia.

Campeã invicta paulista. E brasileiro contra o Botafogo no fim do ano com Alfredo levando pancada de Jairzinho e ficando desacordado. Para levantar do gramado e levantar mais um caneco.
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Em 1973, bicampeão brasileiro na defesa que ninguém passa que sofreu apenas 13 gols em 40 jogos. Zaga trancada por Dudu e Ademir. Protegida por Leão na meta. Segura com Eurico e Zeca nas laterais. Mas defendida mesmo pela única dupla de zaga da história do Palmeiras convocada junta para uma Copa do Mundo. Luís Pereira e Alfredo Mostarda.
Não puderam jogar juntos em 1974 na Alemanha. Só na última partida Alfredo substituiu o suspenso Luisão. Para atuar ao lado de outro becão que seria palmeirense quatro anos depois - Marinho Peres. Não deu jogo para o Brasil na disputa de terceiro lugar. Mas, logo depois, conquistou o Ramón de Carranza pelo Palmeiras contra o Barcelona de Cruyff e Rinus Michels.
No final de 1974, teve dérbi no Paulistão. De novo contra eles na fila. Zum zum e o 21 da Segunda Academia.
Mas daí deu de o Palmeiras de novo não aproveitar Alfredo como tinha de ser. Emprestado ao Coritiba. Santos para ser capitão deles na despedida de Pelé. Até a volta ao Palmeiras para ser vice brasileiro em 1978. Com a mesma qualidade, integridade e identidade.
Alfredo que nos deixa hoje com a memória perdida por saúde. Mas conquistada pela dedicação.