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Opinião | Yuri aberto: ele aguentou as pancadas, ele é humano, merece o desabafo e aplausos

Atacante chegou a ser chamado de ‘burro’ pelo próprio técnico. Seu choro é legítimo

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Foto do author Mauro  Beting
Atualização:

Os sommeliers de emoções e os bedéis de sentimentos alheios agora decretam que Yuri Alberto não pode chorar (na Neo Química Arena) por ter feito, no jogo de ida contra o rival (então tri paulista), o gol do primeiro título do Corinthians desde 2019.

Além da chatice usual (além do clubismo natural) que é decretar quais os níveis de celebração de títulos e vitórias, agora também se delimita a emoção de um cara que foi essencial na recuperação corintiana desde 2024.

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Um atacante muito bom que há um ano foi chamado de “burro” pelo próprio treinador durante a pior campanha paulista desde 1932. Yuri que era meme ambulante de lances bizarros e gols perdidos bisonhos em 2023 - e no início da temporada passada. Artilheiro do Brasil em 2024 se recuperando ainda no semestre passado. Voltando a ser o perigoso atacante do Santos, Inter, e até lembrado pela seleção.

O Yuri que mereceu pela bola pisada e perdida muitas das críticas. Mas o cara que merece todos os aplausos pelo jogo virado como o humor corintiano. Pela resposta dada na bola. Nunca pela boca perdida.

Yuri aguentou as pancadas. Yuri merece o desabafo e os aplausos.

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Ele sentiu tudo isso. Ele é humano. Desumano é quem o cobra agora até pelo sentimento que milhões também tiveram. E quem não entende isso, de fato, não sabe não é só de futebol. Não sabe de vida.

Opinião por Mauro Beting

Comentarista do SBT, TNT Sports, Jovem Pan e Efootball. Escritor e documentarista. Curador do Museu Pelé e do Museu da Seleção Brasileira.

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