O Jockey Club Brasileiro retomou as corridas de cavalo neste domingo, no Hipódromo da Gávea, no Rio de Janeiro. Os páreos estão sendo realizados sem público e com apostas feitas somente por telefone ou pela internet. Também há nove corridas agendadas para ocorrerem nesta segunda-feira, 04/05, com transmissão online.
Tanto a cidade quanto o estado do Rio de Janeiro recentemente ampliaram os dias de quarentena aos cidadãos por conta da pandemia do novo coronavírus - o município, até o dia 15 de maio, e o estado, até o dia 11. Segundo nota da Prefeitura do Rio de Janeiro ao site globoesporte.com, as corridas não estavam autorizadas para acontecer e 'medidas cabíveis' podem ser tomadas.
Segundo o diretor do Jockey Club Brasileiro, Marcelo Beloch, a entidade está em contato com os governos municipal e estadual e a volta das corridas está respeitando o decreto do governador Wilson Witzel (PSC). "A gente tinha a autorização do governo, e o protocolo de saúde estava pronto desde o dia 16 de abril. Todos os funcionários que já estão trabalhando no Jockey no dia a dia trabalham na corrida, não tem ninguém a mais", justificou ao globoesporte.com.
Segundo Beloch, é importante manter os cavalos em atividades para evitar doenças. "E os cavalos são atletas, eles precisam se exercitar. Quem regula nossa atividade é o Ministério da Agricultura. Imagine um cavalo 60 dias fechado? É uma questão sanitária animal. A gente vem falando com o governo, tanto com a Prefeitura, quanto com o Estado, e eles estão a par das corridas", afirmou o diretor do clube.
Ele afirmou ainda que precauções para evitar infecções pelo coronavírus estão sendo tomadas. "Elas (as corridas) transcorrem sem problema nenhum: temperaturas medidas à distância, álcool em todos os setores, todos de máscara, sem público, sem apostadores, as casas de apostas fechadas, tudo é feito pela internet e por telefone. Estamos seguindo o protocolo de saúde rígido e obediente ao artigo 4 do decreto do governador. Isso aqui não é um evento. São os cavalos que estão aqui dentro e que estão se exercitando. As pessoas que trabalham aqui e moram aqui estão com os cavalos", explicou Beloch.
Segundo a prefeitura do Rio, as corridas de cavalo não são serviços essenciais e, assim, por descumprirem as normas, podem ser multadas em R$ 851,59 por dia. Outras medidas mais duras podem ser tomadas, como a interdição do local e ter uma notícia-crime encaminhada à delegacia e ao Ministério Público, ou até o alvará de licença para estabelecimento cassado, além de sanções administrativas dos órgãos fiscalizadores.
Segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, através da Superintendência de Defesa Agropecuária, com a prorrogação das restrições por conta do coronavírus, a permissão para que as corridas fossem realizadas seria suspensa e as atividades no Jockey não deveriam ser realizadas até 11 de maio.
No site oficial, o Jockey listou as regras que estabeleceu para retomar as corridas: "permissão da presença no hipódromo (Tribuna dos Profissionais, Veterinária e Paddock), exclusivamente, dos profissionais que atuam nas corridas incluídas na programação do dia, ou seja, Jóqueis, Aprendizes, Treinadores, Cavalariços, Veterinários (inclusive autônomos com responsabilidade sobre animais inscritos) e Encilhadores"; além do uso de "máscaras de proteção" e "respeito à distância mínima".
As corridas seguem sendo disputadas em alguns estados brasileiros, como no Jockey Club da Cidade Jardim, em São Paulo - o cluba afirma seguir as recomendações dos órgãos de saúde, como o uso de máscaras e luvas, álcool em gel e higienização das áreas e a ausência de público. Em outros países, os páreos têm sido realizados em alguns locais, como Hong Kong e estados americanos como Arkansas, Flórida e Oklahoma. A Alemanha espera retomar as corridas na semana que vem.
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