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Mineirinho se diz honrado pelo título conquistado no Havaí

Surfista curtiu muito o seu primeiro dia como campeão mundial 

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Por Paulo Favero e enviado especial ao Havaí

Adriano de Souza, o Mineirinho, batalhou uma década no Circuito Mundial de Surfe para mostrar que poderia chegar lá. Com a vitória no Pipe Masters, no Havaí, mostrou ao mundo seu talento e a primeira atitude que fez quando chegou na casa que a noiva alugou para acompanhar de perto a disputa foi rezar com a sogra Darli Stahelin e agradecer a Deus pelo título.

“Ainda estou tentando entender tudo isso. É muita gratidão após o título, é muita adrenalina, agora é curtir e descansar. Da forma que foi, é incrível. Acho que Deus caprichou no meu título mundial. Estou muito honrado de ter finalizado meu ano dessa forma”, afirma o surfista, que destacou o que mais te impressionou na temporada. “Acho que foi vencer o Pipe Masters.”

Mineirinho curte a conquista do título mundial com a noiva, Patrícia Eicke, no Havaí. Foto: Marcio Fernandes/Estadão

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A vitória veio de forma dramática, na semifinal da competição, e nem mesmo ele esperava que fosse dessa forma, com triunfo na etapa, título mundial no fim da temporada e ainda por cima vendo o amigo Gabriel Medina na decisão com ele e levando de quebra a Tríplice Coroa Havaiana.

“O Gabriel estava surfando muito, com posicionamento bom, vinha com força e determinação. Na final sabia que estava competindo contra o melhor do evento, mas venci e dedico esse troféu ao Ricardo”, diz Mineirinho, sobre Ricardinho dos Santos, seu amigo que foi morto por um policial em janeiro no litoral de Santa Catarina.

Desde 2006 Mineirinho está na elite do surfe e sempre sonhou com o momento. Talento desde cedo, chegou a ficar perto, mas nunca teve uma temporada tão brilhante, com vitória em duas etapas, em Margaret River e em Pipeline. “Eu corri muito atrás desse campeonato. A cada bateria que o Mick passava, as chances diminuíam. Mas o Gabriel me ajudou muito eliminando o Mick na semifinal e deu tudo certo. Esse troféu é um sonho que virou realidade. Quero curtir muito isso, intensamente”, diz.

O surfista volta para o Brasil na próxima semana e deve desfilar em carro de bombeiros no Guarujá. Ele confessa que ainda não caiu a ficha do título e não quer imaginar como será sua recepção em casa. “Sinceramente, não tive nem tempo de pensar nisso”, afirma.

Para Mineirinho, muita coisa boa deve vir nos próximos anos e essa geração talentosa de atletas tem tudo para conquistar ainda mais troféus para o País. Ele cita Gabriel Medina e Filipe Toledo como ótimos surfistas, mas vê garotos já mostrando resultados desde cedo. Ele sabe que seu título mundial vai inspirar algumas gerações de atletas brasileiros “A fase dos brasileiros é muito boa. 

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Eu me sinto muito feliz por ter ajudado neste caminho. O Gabriel foi campeão mundial no ano passado, agora fui eu. Podemos ter outros no futuro. O importante é trabalhar sério, se dedicar e acreditar”, conclui o campeão mundial.

3 PERGUNTAS PARA: Adriano de Souza, surfista

Você construiu esse título em dez anos. Imaginava que seria assim?

Foi muito melhor que meus sonhos, mais do que planejado. Agradeço a Deus pela oportunidade e por poder trazer um título mundial para casa.

Em 2014, você ligou para o Medina, disse que queria ser o primeiro brasileiro campeão, mas torceu por ele. O quanto a vitória dele te inspirou?

A gente é amigo, colocamos nossos valores na mesa, e isso enaltece suas vitórias. O troféu saiu da mão dele e senti que ele ficou um pouco magoado.

Você sempre mostrou que o surfista brasileiro merecia respeito e tinha condições de brigar de igual para igual com as maiores potências. Todo o esforço valeu a pena?

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Valeu! Quer melhor exemplo do que isso que está acontecendo agora, com dois campeões mundiais consecutivos?

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