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Natação brasileira fracassa nas piscinas, repete Rio-2016 e sai das Olimpíadas sem medalha

País depende especialmente de Ana Marcela Cunha, na maratona aquática, para conquistar um pódio na modalidade em Paris

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Foto do author Marcos Antomil

PARIS - A natação já conquistou 17 medalhas para o Brasil na história dos Jogos Olímpicos. Desde a geração de Cesar Cielo, Thiago Pereira e Bruno Fratus, as piscinas passaram a ser um ponto fraco do País, que obteve mais medalhas nas águas abertas (maratona aquática), com Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha, que se tornou a última esperança brasileira para não sair de Paris sem uma medalha na modalidade.

Nas Olimpíadas de 2024, o Brasil disputou apenas quatro finais, e o melhor resultado veio com Guilherme Costa, o Cachorrão, com o quinto lugar nos 400 metros livre masculino. “Eu queria muito a medalha, tentei de tudo e fiz o que podia. Não consegui, não quero sentir isso nunca mais”, disse o nadador, que ainda deve participar da maratona aquática.

Guilherme Costa foi o melhor brasileiro nas piscinas de Paris durante os Jogos Olímpicos. Foto: Manan Vatsyayana/AFP

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Nas outras três decisões, a colocação do País foi a mesma, a sétima posição, nos 400 metros livre feminino, com Maria Fernanda Costa, nos 1.500 metros livre feminino, com Beatriz Dizotti, e nos 4x200 metros livre feminino, com a equipe formada por Maria Fernanda Costa, Stephanie Balduccini, Maria Paula Heitmann e Gabrielle Roncatto.

A última vez em que o Brasil passou uma Olimpíada sem conquistar medalha nas piscinas foi nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Fazendo um recorte a partir de Moscou-1980, Esse cenário se repetiu apenas nas Olimpíadas de Atenas-2004 e Seul-1988. Em Tóquio-2021, Fratus e Fernando Scheffer faturaram o bronze nos 50 metros livre e 200 metros livre, respectivamente.

Além dos resultados ruins, também pesou contra o time brasileiro um caso polêmico envolvendo os nadadores Ana Carolina Vieira e Gabriel Santos. Namorados, eles teriam saído da concentração do Time Brasil na Vila Olímpica para passear pelo centro de Paris e conhecer a Torre Eiffel sem autorização do comando da equipe de natação. Ambos foram, incialmente, advertidos.

Quando informada sobre uma mudança na formação da equipe dos 4x100 metros livre feminino, Ana teve uma reação agressiva, fato que provocou a decisão da comissão técnica, liderada por Gustavo Otsuka, e da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) de expulsar a atleta da delegação.

Nas redes sociais, Ana desabafou no retorno ao Brasil, disse que ficou desamparada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e citou uma denúncia de assédio sexual. A entidade negou as acusações de abandono e disse que não comentaria a denúncia de assédio por se tratar de uma questão sigilosa.

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“Ana Carolina Vieira esteve acompanhada da Oficial de Salvaguarda e líder do Esporte Seguro da Missão brasileira em Paris, que lhe prestou apoio. A atleta falou com a mãe, com o psicólogo da delegação, arrumou suas malas e teve acesso irrestrito a alimentação e hidratação antes de se dirigir ao aeroporto. Tais denúncias (de assédio sexual) são sigilosas e dependem de averiguação da área de compliance, que age com total autonomia em relação ao executivo do COB”, escreveu o COB.

Neste domingo, a natação colocou um ponto final na sua jornada olímpica nas piscinas sem a presença brasileira. Na próxima quinta-feira, o País tem a chance de uma medalha com Ana Marcela Cunha, nas águas do Rio Sena, a partir das 2h30 (de Brasília). Viviane Jungblut, medalhista de bronze nos Pan-Americanos de Lima-2019 e Santiago-2023, também participa da prova. A prova masculina está agendada para o dia seguinte, no mesmo horário.

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