Acompanhado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pelo coordenador do Comitê Paulista, Francisco Luna, e pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, o governador Alberto Goldman oficializou o estádio do Corinthians para a abertura da Copa de 2014. Ele só não conseguiu explicar de onde virá a diferença de dinheiro para concretizar a obra, mas não mostrou preocupação com o assunto."O projeto será analisado pelo Comitê Organizador Local e, com aprovação, o Corinthians vai levar adiante com o apoio de todos nós. A solução está encaminhada e dois terços dos recursos estão viabilizados", disse. "Tudo que era preciso foi feito e, o que faltar para ser resolvido, vamos ver juntos qual a melhor forma de ajudar", afirmou, referindo-se aos R$ 400 milhões - limite disponível para financiamento no BNDES. Faltariam, assim, R$ 200 milhões para completar o custo estimado da obra.Foi a segunda reunião oficial entre eles. A primeira havia ocorrido em julho, pouco depois do Mundial da África do Sul. À época, houve muito atrito e nada ficou decidido. Desta vez, o martelo foi batido a favor da arena do Corinthians. "Nós demos continuidade às conversas e, já em face a alguns elementos novos, recebemos do Corinthians uma carta nos comunicando da decisão de construir um estádio no formato que a Fifa solicita para uma abertura de Copa do Mundo. Agora vamos encaminhar a carta ao Comitê Organizador Local", comentou.Ricardo Teixeira explicou que o projeto passará pelos mesmos trâmites que os outros estádios candidatos passaram, incluindo o Morumbi, vetado pela Fifa. "Vamos seguir o mesmo protocolo. As conversas se darão entre o Comitê Local e os arquitetos e, depois de o projeto ser aprovado, precisaremos das garantias financeiras."Conforme o Estado revelou no último mês, a Fifa não colocará dinheiro no estádio em Itaquera. "A Fifa não dará dinheiro, isso está certo. Mas grande parte do aspecto financeiro já está equacionada", continuou Teixeira. "Com a aprovação do projeto e da parte financeira, nossa vontade é de que a abertura da Copa seja mesmo em São Paulo. Eu recebi uma ligação do governador eleito Geraldo Alckmin, que disse estar à disposição e fará todo o esforço para termos uma grande abertura."Quem também não colocará dinheiro no projeto são os governos estadual e municipal. Tanto Kassab quanto Goldman reiteraram que o gasto será feito com a infraestrutura na região de Itaquera. "Não podemos fazer investimentos públicos em projetos privados", lembrou Goldman. Kassab completou: "Teremos o desenvolvimento que a região merece."O Corinthians também avisou que não pretende pagar a conta do acréscimo de lugares no estádio - o projeto inicial previa 48 mil espectadores -, que terá capacidade para 65 mil pessoas. Mas a diretoria alvinegra sabe que, com o estádio sendo oficializado para a abertura da Copa, parceiros para pagar tal empreendimento devem aparecer. "A cidade de São Paulo está muito feliz e agradece à CBF e à Fifa. Esperamos corresponder às expectativas", disse Kassab.CAPÍTULOS DA NOVELAMorumbi. O estádio era tido como certo para representar a cidade. O São Paulo prometia reformas para receber a abertura.Início de 2010. A Fifa faz críticas ao projeto do clube, que se vê obrigado a promover várias mudanças.Junho. Além de o projeto técnico não ter agradado à Fifa, a CBF alega que o São Paulo não apresentou as garantias financeiras para as obras e, assim, exclui o Morumbi da Copa.Julho. Pirituba, Itaquera, Arena Palestra. Várias opções surgem, mas nenhuma é confirmada.Novembro. Corinthians promete a Arena Itaquera para 65 mil pessoas e CBF, Prefeitura e Governo do Estádio oficializam o estádio como palco da abertura.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.