Marta e a seleção brasileira vivem um drama nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A derrota para o Japão em menos de cinco minutos não estava nos planos do técnico Arthur Elias. Agora, o Brasil faz contas para continuar na competição ou para se despedir da eterna Rainha, capitã e camisa 10.
E o desafio não poderia ser pior: a Espanha, atual campeã do mundo e líder do Grupo C. O Brasil está na mesma chave com 3 pontos, graças a vitória no primeiro jogo com a Nigéria. O Japão está na segunda colocação, à frente das brasileiras pelo critério de desempate - o confronto direto.
Cenários: o que o Brasil precisa fazer para avançar?
Ganhar. Um triunfo sobre a Espanha garante uma vaga para o Brasil, e vai ser ainda melhor se vier com 2 ou mais gols de diferença, o que garante a liderança do grupo. Um empate também é bom, pois o Brasil pode avançar na Olimpíada como 2º colocado da chave ou como um dos melhores terceiros colocados no geral.
Derrota pode significar a ruína. Além de deixar o Brasil em situação complicada, uma vitória da Nigéria sobre o Japão pode recuperar a esperança para a seleção africana e afundar a equipe verde e amarela. Ou seja, além de não perder para a Espanha, o Brasil precisa torcer para que o Japão não tropece. As espanholas já estão matematicamente garantidas para a próxima fase.
Caso Japão, Brasil e Nigéria empatem com 3 pontos, os critérios de desempate são os seguintes: 1) saldo de gols; 2) gols pró; 3) número de cartões vermelhos e amarelos; e 4) sorteio. O confronto direto só é levado em consideração quando apenas duas seleções estão empatadas no número de pontos, como é o caso de Brasil e Japão até o momento do fechamento deste texto.
Quando são os jogos?
Brasil x Espanha e Japão x Nigéria acontecem ao mesmo tempo nesta quarta-feira, dia 31, às 12 horas (horário de Brasília).
Adeus a Marta
A brasileira seis vezes campeã do mundo e considerada a maior jogadora de todos os tempos pode se despedir dos Jogos Olímpicos nesta quarta-feira. Uma tragédia precisa acontecer para o Brasil não se classificar, mas ainda assim, é possível.
“Por que é que Deus me deu esse talento, se ninguém quer que eu jogue?”, disse Marta ao site oficial das Olimpíadas-2024. E sua trajetória ao longo de seis participações em Jogos é marcante. Numa realidade em que o futebol feminino não desfruta do mesmo prestígio que o masculino, ela ganhou duas medalhas de prata, em Atenas-2004 (a primeira que disputou) e Pequim-2008.
Foram também cinco Copas do Mundo, em 2003, 2007, 2011, 2015 e 2019, com 17 gols marcados. Não teve uma edição em que ela não balançou as redes. Em Pan-Americanos, foram dois ouros, Santo Domingo-2003 e Rio de Janeiro-2007. Em Paris-2024, uma medalha (se possível, de ouro), colocaria um ponto final especial nesta carreira tão marcante.
