Olimpíadas 2024: como Isaquias teve reação surreal para arrancar ‘no braço’ prata para o Brasil

Quinta medalha do brasileiro em Jogos veio nos 250 metros finais da prova, quando saltou da quinta posição e superou até velocidade do líder

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Foto do author Murillo César Alves
Foto do author Leonardo Catto
Atualização:

Campeão olímpico em Tóquio-2020, Isaquias Queiroz viveu ‘drama’ na canoagem em Paris. Depois de perder a final do C2, com Jacky Godmann, o brasileiro chegou para o C1 motivado: desde 2016, ele termina a Olimpíada com ao menos um pódio, e nesta sexta-feira ele precisou de uma arrancada histórica, nos metros finais, para saltar da 5ª para a segunda colocação e garantir a medalha de prata.

É o quinto pódio do brasileiro em Jogos – e a mais emocionante e surpreendente até aqui. Além de precisar recuperar a posição nos metros finais, o brasileiro está acostumado a liderar as baterias da categoria. Depois de uma boa largada, em que passou os primeiros 250 m em terceiro, caiu para 5º nos 500 m seguintes; a vitória veio somente nos últimos 250 m, em que, se houvesse mais tempo de prova, ele conseguiria até superar o checo Martin Fuksa.

No pior momento da final, Isaquias ficou a 21,5 m do líder Fuska – que terminou cada marca na primeira colocação. O que explica essa vitória surpreendente de Isaquias? A força no braço do brasileiro, que ultrapassou Zakhar Petrov (atleta independente), Sergei Tarnovschi (Moldávia), e Sebastian Brendel (Alemanha).

Isaquias teve reação histórica na final do C2 para garantir a medalha de prata em Paris. Foto: Bertrand Guay/AFP

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Não só isso, mas a evolução do brasileiro ao longo da prova. Ele sabia que tinha a melhor subida – desempenho na reta final – dentre os outros sete competidores. E isso se prova nos números: nos 750 metros iniciais, teve uma velocidade média de 15,8 km/h; nos 250 finais, a velocidade do atleta saltou para 16,5 km/h – um aumento de 4,5%, mas que foi crucial para a sua vitória.

Em comparação, Fuksa, medalhista de ouro, registrou um tempo de 15,4 km/h no trecho final. A diferença entre Isaquias e o checo, que chegou a ser de 4s89, acabou em 1s17. Ele ultrapassaria o checo, para garantir a medalha de ouro, se houvesse cerca de 17,28 metros a mais. Além disso, Isaquias garantiria a medalha de ouro em todas as outras provas do C1 na história dos Jogos Olímpicos – com exceção deste ano, em que o checo terminou à sua frente.

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250 metros – Isaquias larga mal e perde posições

A largada é um dos pontos fortes do brasileiro, quando ele é capaz de ditar seu ritmo na prova. Depois de ficar em terceiro, ele perdeu a posição para Brendel, próximo da primeira marca, e passou os 250 metros iniciais em quarto. Além de Fuksa, Petrov passou na segunda colocação. Isaquias estava, nesse momento, a 1s41 da liderança.

  1. Martin Fuksa - 52s48 - 17,14 km/h
  2. Petrov Zakhar - 52s63 - 17,1 km/h
  3. Sebastian Brendel - 53s82 - 16,7 km/h
  4. Isaquias Queiroz - 53s89 - 16,7 km/h

750 metros – Isaquias se afunda na quinta colocação

Quando passou da marca de 750 metros, Isaquias estava na quinta posição. Nesse momento, para quem estava torcendo para o brasileiro de casa, dava a impressão que o roteiro da final do C2, um dia antes, iria se repetir. Neste trecho da prova, sua canoa viajava a 15,7 km/h. Além de quem já aparecia à sua frente, Tarnovschi, da Moldávia, se colocou no caminho do brasileiro.

250 metros finais – reação de líder

Não é errado dizer que Isaquias foi o melhor da prova na reta final. O próprio reconheceu, em entrevista à TV Globo, que ele tinha o melhor desempenho nesse trecho do C1. Foi justamente nesse que ele garantiu a medalha de prata – e poderia garantir até o ouro se houvesse mais metros para disputar.

Ele terminou o trecho em 54s59 – o melhor dentre os finalistas – e com uma velocidade de 16,3 km/h. Quando chegou nos 250 metros finais, Isaquias estava a cerca de 20,3 metros do checo; quando Isaquias ultrapassou todos os competidores, para chegar na prata, essa distância foi de, apenas 5,01 metros.

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  • Isaquias Queiroz - 54s59 - 16,5 km/h
  • Martin Fuksa - 58s31 - 15,4 km/h

Isaquias ultrapassaria o checo se houvesse mais 17,28 metros de prova, em cerca de 3,5 segundos, se conseguisse manter o ritmo de prova. “Não podemos sair dos Jogos pelado”, brincou Isaquias, assim que terminou a prova e garantiu a medalha de prata. Ele também disse que gostaria de trazer essa medalha para seu filho, Sebastian.

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