A primeira medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 veio com o Judô, garantida por Willian Lima, 24 anos, que foi à final da categoria até 66 kg e ficou com a prata. Após a derrota para Hifumi Abe, se emocionou e foi às lágrimas. “Abdiquei da minha família. Falei para o meu filho que colocaria uma medalha no pescoço dele”, disse, logo após o combate.
Mas foi outro esporte que ajudou o atleta na sua preparação: a natação. Com uma conexão com a água que vem desde criança, ele passou a usar esse artifício para a prevenção de lesões e expansão do fôlego. E fôlego foi um fator decisivo para que o brasileiro chegasse à decisão das Olimpíadas em sua estreia na competição.
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“Em Los Angeles, eu quero o ouro. Eu entrei na luta um pouco com receio. Dava para ter sido mais agressivo, mas acabou sendo tarde. Eu não via a hora de chegar meu momento. Sofri tudo que precisava. Senti muita dor no ombro a partir das quartas de final. Mas estamos no caminho certo. Entreguei tudo o que podia”, afirmou.
O brasileiro, natural de Mogi das Cruzes, São Paulo, fez um ciclo olímpico consistente e, apesar de não figurar entre as expectativas de medalha para o Brasil, não é uma completa surpresa.
Willian é o primeiro finalista do judô masculino do Brasil desde Sydney-2000 e o primeiro a conquistar prata desde então. Os últimos haviam sido Tiago Camilo (73kg) e Carlos Honorato (90kg). O último ouro do judô masculino foi de Rogério Sampaio, em Barcelona-1992.
Ele tem dois bronzes em Grand Slams, segunda principal competição da modalidade, e também conquistou o terceiro lugar nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, quando competiu poucos dias depois do nascimento do seu filho, Dom. Willian entrou para o clube Pinheiros em 2015, como um dos mais novos da equipe.
Em 2024, antes garantir medalha pelos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ele já havia ganhando o ouro, no Rio de Janeiro, no Campeonato Pan-Americano.
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