Depois de deixar a classificação olímpica escapar com o 9º lugar no Campeonato Mundial de Glasgow, em outubro de 2015, a seleção brasileira feminina de ginástica tem a última chance de se garantir nos Jogos do Rio. Além do Brasil, Alemanha, Austrália, Bélgica, Coreia do Sul, França, Romênia e Suíça sonham com as quatro vagas restantes no Pré-Olímpico, que também serve como evento-teste, na Arena Rio.
O time - composto por Daniele Hypolito, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Rebeca Andrade e Carolyne Pedro, de apenas 15 anos, que está no seu primeiro ano na categoria adulta - compete domingo, das 13h às 15h.
A coordenadora da seleção feminina da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), Georgette Vidor, está confiante no resultado. "Nós temos chances reais. Se nós passarmos com quatro provas corretas em cada aparelho, a gente não corre perigo. É quase impossível o Brasil não estar entre as quatro."
O País disputa a segunda das quatro sessões do domingo. Como a última subdivisão só termina às 22h, as brasileiras podem ter de aguardar até sete horas para saber o resultado final. Georgette encara a espera com naturalidade e diz ser possível fazer projeções de acordo com a pontuação da equipe.
Apesar do risco de ficar fora dos Jogos do Rio, a coordenadora da seleção feminina destaca o lado positivo de precisar disputar a competição e relembra o ciclo olímpico de Londres-2012. Para ela, a prova deste fim de semana ajudará as ginastas brasileiras a ganharem ritmo de competição. "A equipe (em 2012) acabou não se preparando bem porque já estava classificada para a Olimpíada. E, em Londres, fizemos uma competição feia e sem grandes destaques. Essa disputa (no Rio) forçou as atletas a se prepararem bem. Classificando agora, a gente só tem como subir."
No masculino, o Brasil tinha direito de inscrever apenas dois atletas no evento-teste por já estar com a equipe assegurada na Olimpíada. Sem pressão, Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki se apresentam neste sábado, a partir das 14h30. Será a estreia do campeão olímpico na temporada, enquanto o generalista volta a fazer uma competição completa, disputando os seis aparelhos.
Depois de nem sequer chegar à final das argolas no Mundial no ano passado, Zanetti vai apresentar pela primeira vez sua nova série. Já Sasaki terá a oportunidade de impressionar os técnicos em seu retorno ao individual geral para tentar cavar um lugar na equipe olímpica. O ginasta voltou à ativa em março, no DTB-Pokal, em Stuttgart, na Alemanha, onde disputou apenas três aparelhos depois de ficar 16 meses longe das competições.
Renato Araújo, treinador-chefe da seleção brasileira masculina de ginástica artística, explica a formação da equipe: "A gente optou por levar o Sasaki porque tem de voltar a competir nos seis aparelhos. Se ele somar por volta de 87 pontos, já estarei muito satisfeito. E o Arthur Zanetti, que ficou fora essa primeira parte do ano. Ele e o Marcos (Goto) preferiram dar uma ênfase na nova série."
O evento-teste no Rio também conta com as disputas de ginástica de trampolim (19 de abril) e ginástica rítmica (21 e 22 de abril).
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