Tão veloz quanto nas pistas de atletismo, Robson Caetano se recorda das experiências olímpicas. Ele ainda fica impressionado com a pompa da organização aos atletas. O individualismo quase lhe custou uma de suas medalhas. "Os Jogos têm suntuosidade. É uma competição que envolve muitos países e gente bonita buscando um lugar ao sol. Lembro-me de deixar uma rivalidade imbecil no ônibus da Olimpíada", destaca o ícone do atletismo brasileiro.
Robson Caetano participou de quatro edições dos Jogos. Ele foi medalhista de bronze duas vezes. A primeira em Seul, na Córeia do Sul, em 1988, na modalidade 200 metros rasos. A segunda num trabalho em equipe, em Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996, nos 4 x 100 metros rasos. Este pódio foi na companhia de Edson Ribeiro, André Domingos e Arnaldo Silva. "Éramos em dois jovens, o Edson e o André, eu e o Arnaldo, um veterano. Cada um de um estado diferente e com culturas diferentes. Todos rivais. Até a Olimpíada, havia algo muito duvidoso. Quando passamos da classificatória, voltando para a Vila, e nos vimos diante da semifinal e final, nós resolvemos olhar para o mesmo norte", afirma Robson Caetano.
A relação do quarteto era tão conflituosa que boa parte da imprensa voltou para o Brasil antes do final dos Jogos, tamanha a a descrença no sucesso deles. "Você tem uma oportunidade na vida e vai jogar fora por mesquinharia? Não cabe. Ficamos mais acessíveis e nos rendemos ao clamor", diz o atleta aposentado.
Segundo Robson Caetano, a satisfação de defender o Brasil é indescritível, especialmente quando se é premiado com uma medalha olímpica. "É um orgulho. Aos poucos você acostuma com esse universo. A maneira que eu vivi os Jogos, em comparação com as outras, foram de muitas atitudes. Pensa-se no Brasil", declara o atual comentarista de TV e palestrante.
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