Olimpíadas 2024: palco do skate teve Maria Antonieta decapitada e é símbolo da Revolução Francesa

Capital francesa usa palco marcante da Revolução do século 18 para mostrar outra face de Paris

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Foto do author Marcos Antomil
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PARIS - Capital da moda, da gastronomia e conhecida por seu requinte e sofisticação, Paris respira também juventude, diversidade e está aberta aos esportes radicais. A Praça da Concórdia, onde Rayssa Leal ganhou sua segunda medalha olímpica, foi transformada temporariamente em um parque urbano durante os Jogos Olímpicos e predominantemente frequentado pelo público jovem, já que é lá que acontecem as competições de skate, breaking, BMX Freestyle e basquete 3x3.

A Praça da Concórdia - Place de la Concorde - fica no 8º arrondissement (divisão administrativa) à beira da margem direita do Rio Sena e em meio a uma das mais movimentadas regiões da capital francesa, ao lado do Jardim das Tulherias e da Champs Élysées, a mais famosa avenida parisiense. Diferentemente de outras importantes praças mundo afora, cercadas por edifícios, a Concórdia é delimitada por esses outros ambientes abertos.

Praça da Concórdia recebe as competições de skate, breaking, BMX Freestyle e basquete 3x3 nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Lionel Bonaventure/AFP

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Há quatro arenas montadas provisoriamente ao redor do Obelisco de Luxor, estrutura milenar de 23 metros de altura. O esporte que mais tem reunido torcedores é o skate. Como é a céu aberto, a prova masculina do street precisou ser adiada de sábado para esta segunda-feira, mas no domingo, houve a estreia oficial. No feminino, Rayssa Leal ganhou o bronze no mesmo lugar onde expoentes da realeza e da aristocracia foram degolados durante a Revolução Francesa.

Foi na Praça da Concórdia que Maria Antonieta foi guilhotinada, em 1793, acusada de trair o seu marido, o rei Luís XVI, este que também acabou decapitado no mesmo lugar. Mais de 1200 cabeças rolaram por ali, palco da derrubada da monarquia, em 1792 e da ascensão burguesa. No histórico local nasceu o lema da Revolução, as três palavras que guiam os franceses: liberdade, igualdade e fraternidade. Inaugurada em 1763, com homenagens ao então monarca Luís XV, foi, durante os primeiros anos da burguesia no poder, batizada de Praça da Revolução.

Na arena montada na Praça da Concórdia, com a Torre Eiffel ao fundo, Rayssa Leal faturou a medalha de bronze. Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP

O local é facilmente acessado por transporte público graças à densa rede de metrô e trem. São poucos minutos de bicicleta ou a pé até o Louvre dali, e 25 de metrô até a icônica Avenida Champs-Élyseés. Da região se vai a qualquer canto da cidade em pouco tempo.

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“Estando no coração da cidade, os atletas poderão sentir a emoção dos torcedores e mostrar suas habilidades em um cenário urbano incrível”, disse Sarah Walker, atleta neozelandesa de BMX. Ela é representante da Comissão de Atletas do Comitê Olímpico Internacional (COI) na Comissão de Coordenação de Paris-2024.

Nos anos posteriores, a Praça da Concórdia foi a sede para gigantescas celebrações, como o fim da Primeira Guerra Mundial, a Libertação de Paris na Segunda Guerra Mundial e o título da seleção francesa na Copa do Mundo de 1998, disputada em casa.

A Praça da Concórdia terá importante papel nas Paralimpíadas, já que será o palco da cerimônia de abertura do evento. Mais de 60 mil pessoas devem acompanhar o espetáculo, o primeiro a ser realizado fora de um estádio, seguindo a inovação feita na inauguração das Olimpíadas, que aconteceu entre o rio Sena e os Jardins do Trocadéro.

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