O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008 admitiu nesta quarta-feira que o orçamento para a construção e reforma dos 31 locais de competição que serão utilizados estourou, e que o gasto vai superar os cerca de US$ 2 bilhões previstos inicialmente. "Foi um ano difícil, e algumas construtoras tiveram dificuldades para controlar os custos", reconheceu Xu Bo, diretor-geral do projeto de organização da Olimpíada. Ele assegurou, no entanto, que não existe a mínima possibilidade de atraso na entrega das obras, cujo encerramento está previsto para o fim do ano. "Estamos reforçando a fiscalização e acreditamos que os construtores escolhidos têm capacidade para dar conta do recado", explicou em seguida Xu. Algumas construtoras foram acusadas de terceirizar o serviço e ficar com parte do dinheiro, deixando sem pagamento alguns dos cerca de 30 mil operários que deixaram as áreas rurais para trabalhar diretamente na reforma e construção dos estádios e ginásios de serão utilizados. Ao todo, Pequim empregou mais de 1 milhão de migrantes, e investiu cerca de US$ 40 bilhões, verba que inclui obras de infra-estrutura para reformar toda a cidade e receber os turistas - cerca de 30% dos moradores do centro de Pequim foram removidas de suas casas. "A Olimpíada é uma oportunidade e tanto para construirmos uma nova Pequim, ainda melhor", justificou Lu Haijun, dirigente do Departamento de Construção e Desenvolvimento Ambiental da capital chinesa.
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