Rayssa Leal divulgou seu boletim escolar nas redes sociais, nesta semana, e mostrou que consegue manter os estudos em dia mesmo vivendo a rotina de atleta. Teve apenas uma média abaixo de 8.00, um 7.5. Agora de férias da escola, continua em busca de notas altas, dessa vez na disputa do Super Crown, a etapa decisiva da Street League Skateboarding (SLS), a liga mundial de street.
“Ter boas notas, passar de ano, é fundamental. Pelo menos para mim, meus pais sempre pegaram muito no meu pé, e meu time também, para eu tirar boas notas. Não adiantar ser boa atleta e chegar na escola só para bagunçar. Não que eu não faça isso, aluno é aluno. Mas eu gosto de ir para escola ver os meus amigos, e isso é fundamental para nosso crescimento como pessoa e individuo”, disse a skatista de 16 anos em entrevista coletiva.
A brasileira está direto na final, marcada para as 11h15 deste domingo, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Na competição, a obsessão é arrancar dos juízes nota igual ou superior a 9.00, atribuída apenas no caso de execuções de manobras muito difíceis.
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Em 2023, também no Ibirapuera, Rayssa conseguiu seu primeiro 9.00 na liga e conquistou o título com somatório final de 31.9 para se tornar bicampeã, já que havia vencido também a edição de 2022. A meta, portanto, é o tricampeonato.
“A gente tem nossas metas, seria muito legal ganhar o terceiro ano seguido, mas cada final é uma conquista, uma vitória muito grande. A gente vai ver estratégias, meu time vai ver isso e eu só fico olhando, porque se for bater cabeça, eu fico doida - eu gasto o resto dos neurônios que eu tenho”, brincou a maranhense. “Só quero me divertir, chegar na pista, encontrar uma galerinha da hora. É me divertir mesmo, não tem muito não.”
Na disputa da SLS, os skatistas somam pontos durante etapas da SLS disputadas ao longo do ano, e os melhores colocados se classificam para a etapa final. Este é o terceiro ano consecutivo em que a decisão da liga mundial de street será disputada em São Paulo. Até então, nunca uma cidade havia sediado o evento por três edições seguidas.
Durante 2024, Rayssa Leal venceu as etapas de San Diego e Tokyo, além de ter ficado em quarto lugar em Sydney e em segundo em Paris, onde foi medalhista de bronze olímpica também neste ano. Nas duas etapas da SLS em que a brasileira ficou com a prata, a vencedora foi a australiana Chloe Covell, de 15 anos, forte candidata ao título e também garantida na final em São Paulo.
“Eu gosto muito do Brasil, o clima é legal e as pessoas também, especialmente do Rio. Me lembra de onde eu vivo na Austrália”, disse Chloe, que esteve na capital fluminense em outubro para competir no STU Rio Open, ao Estadão. “Estou muito empolgada de competir aqui e me divertir. Definitivamente, as meninas vão competir em um nível muito alto. Eu só quero me divertir e tentar o meu melhor.”
Giovanni Vianna busca o bicampeonato
A disputa do título feminino tem Rayssa Leal como a única representante do Brasil. Ao lado de Chloe Covell, da americana Page Heyn e a holandesa Roos Zwetsloot, a maranhense faz parte da minoria não japonesa, já que as outras seis competidores são todas do Japão. Entre elas, está a atual campeã olímpica Coco Yoshizawa e a medalhista de ouro dos Jogos de Tóquio, Momiji Nishiya, além de Liz Akama, Funa Nakayama, Yumeka Oda e Aoi Uemura.
Na competição masculina, contudo, há mais representantes brasileiros. Giovanni Vianna, de 23 anos, foi o campeão do Super Crown no ano passado, e vai buscar o bicampeonato. O paulista de Santo André já está classificado para a final, assim como o compatriota Felipe Gustavo e o americano Chris Joslin.
“Estou muito feliz. Estava conversando que estar direto na final é uma vitória muito grande, principalmente aqui no Brasil. A gente já vai muito mais feliz para pista, querendo dar nosso melhor. Isso que a gente vai fazer, dar o nosso melhor, independente de qualquer coisa, e o que acontecer vai acontecer”, afirmou Giovanni.
Também brigam pelo título os brasileiros Carlos Ribeiro e Filipe Mota. Os dois vão disputar a fase preliminar, no sábado, para tentar se juntar a Giovanni e Felipe na final.
A atual temporada da SLS oferece a maior premiação da história da liga, com o total de 1,8 milhão de dólares (R$ 10,88 na cotação atual) concedidos aos atletas ao longo de todas as etapas. Os vencedores do Super Crown vão receber 100 mil dólares cada (R$ 551,1 mi).
Confira a programação do SLS Super Crown em São Paulo:
Sábado, 14/12:
- 11h30 - Preliminar feminina (onde assistir: SporTV 2)
- 14h - Preliminar masculina (onde assistir: SporTV 3)
Domingo, 15/12
- 11h15 - Final feminina (onde assistir: Globo e SporTV)
- 15h - Final masculina (onde assistir: SporTV 3)
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