As gerações que não viram Pelé, Ayrton Senna ou tantos outros dos maiores atletas brasileiros, podem se orgulhar e falar que acompanharam Rebeca Andrade de perto.
A ginasta se tornou a maior medalhista olímpica da história do País com seu sexto pódio, conquistado nas Olimpíadas de Paris 2024, nesta segunda-feira. Já dá para afirmar com tranquilidade que Rebeca está no olimpo do esporte nacional, ao lado de Pelé, Ayrton Senna e Maria Esther Bueno.
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Os feitos de Rebeca indicam isso. Ela simplesmente competiu lado a lado com Simone Biles - a “Pelé” da ginástica - e foi capaz de vencê-la. Poderia ter vencido duas vezes nesta segunda-feira não fosse o conservadorismo que a privou do pódio na trave.
Mas o ouro no solo, onde Rebeca foi impecável e Biles se mostrou “humana”, veio.
Mais do que as conquistas, Rebeca é uma explosão de carisma e simpatia, com uma história de vida fácil para qualquer brasileiro se relacionar. Vem de família humilde, saiu de casa na infância e batalhou, perseverou para atingir o ápice do esporte.
Biles, a maior da história da ginástica, sempre demonstrou seu respeito a Rebeca como quem sabe que a única ameaça a seu reinado é a brasileira. A imagem da americana ao lado de sua compatriota reverenciando a brasileira na sua subida ao pódio dá a exata dimensão do tamanho de Andrade.
O Brasil teve atletas fantásticos, no futebol e nas modalidades olímpicas, que podem caber nessa discussão. Mas o nível de domínio e a forma como ela respeita e é respeitada colocam Rebeca Andrade ali na conversa dos maiores que já tivemos.
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