O Corinthians da Copinha é melhor do que o Corinthians do Paulistão. Dada a secura do time de Parque São Jorge e sua péssima campanha na temporada passada, sem muitas esperanças de melhorar neste ano, os meninos da base salvaram o clube alvinegro, assim como faz a versão feminina. Dos três times, o de Mano Menezes, dentro de sua categoria, é disparado o mais fraco.
A conquista da Copinha de número 11 do Corinthians comprova isso. A geração liderada por Breno Bidon, Arthur Sousa, Kayke, Pedrinho e todos esses meninos que sonham se tornar profissional um dia fez a festa do torcedor nesta quinta-feira em Itaquera, na Neo Química Arena com 43 mil pessoas. Ou seja: os garotos passaram no teste e estão preparados para tudo. Não há como não sentir o calor da massa e o frio na barriga de uma decisão e casa cheia. Mas esse time comandado por Danilo está mais do que maduro. Mano Menezes tem a obrigação de levar pelo menos cinco deles para o elenco principal a fim de dar a eles experiência, um contrato de gente grande e completar a formação.
Não tem nem de pensar o contrário disso. Tem de jogar essa molecada na fogueira que ela vai adorar. Esses meninos têm personalidade.
Desde 2017 que o Corinthians não ganha a Copinha. A festa na arena foi linda e necessária para um time que está no buraco em sua versão mais famosa. Ainda está mal no andar de cima e não se sabe ao certo o que vai dar na temporada. O goleiro Cássio já reclamou. O presidente Augusto Melo anda fazendo besteiras. Mas agora o torcedor tem motivos para tirar a camisa da gaveta e vesti-la com orgulho. Pelo menos neste aniversário da cidade de São Paulo.
O Corinthians é o maior campeão da Copinha de todos os tempos. Isso não pode ser pouco. Muitos desses meninos que vimos na competição não vão se tornar profissionais. Mesmo o rival Cruzeiro mostrou-se um time duro de ser batido. Há bons moleques no grupo de Ronaldo.
Kayke, o autor do gol da vitória por 1 a 0, disse que sentiu frio na barriga com tanta gente no estádio. Não podia ser diferente. Eles são novinhos de tudo. Mas quando estão em campo, crescem feito homens. Jogam como gente grande. Então, Mano e sua comissão técnica têm de falar com Danilo e ouvir suas indicações. Em um ano, esses meninos já estarão prontos. O futebol não espera. Eles estão pedindo passagem. E o clube precisa deles. É preciso trabalhar com calma, sem ansiedade e com inteligência. Mas do que ganhar, a Copinha foi criada para revelar jogadores. E o Corinthians tem um safra que via dar frutos.
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