O ‘novo’ Corinthians que se propõe nascer com as eleições deste ano e sob o comando do técnico Mano Menezes não vai segurar nenhum jogador que receba oferta para sair. Nem mesmo os garotos, como o volante Moscardo, cuja multa rescisória para fora do Brasil é de R$ 520 milhões, mais do que o valor pago pelo Real Madrid por Endrick, do Palmeiras. O clube quer fazer dinheiro para recomeçar. A ideia é investir quase toda a receita arrecadada na próxima janela de transferência, em janeiro, no futebol.
Uma lista de saída está sendo montada pelo treinador. Jogador que já teve sua chance e rendeu pouco não vai ficar. Há mais de dez nessa condição, com contratos encerrando em dezembro e que não serão renovado.
A intenção do clube, já amarrada com conversas paralelas entre a atual direção e os candidatos ao posto do presidente Duílio Monteiro Alves, é fazer caixa e deixar de gastar com jogador ruim. Só se fala de dinheiro no clube. Por isso que o Corinthians não segurou três jogadores que saíram em meio à luta contra o rebaixamento, quando o time era comandado por Luxemburgo. Estou falando de Róger Guedes, Adson e Murillo. Essa luta para escapar da Série B ainda não foi vencida. Há planejamentos diferentes se o time cair.
A ordem é assinar qualquer transferência. Os atletas que já perceberam que não vão ficar no clube em 2024, começam a se mexer no mercado. Bruno Méndez tem contrato, mas deve ir embora. O clube também quer economizar em sua folha de pagamento. Baixar os grandes salários de jogadores que não estão dando nada. E de alguns outros que foram contratados à revelia.
A base será mais bem usada nesse momento de transição, até que o time seja montado com outros jogadores. Vender também vai implicar em algumas compras, mas muito longe das cifras praticadas na gestão Duílio. O prazo para tudo isso é após o Paulistão. Entende-se no clube que o time consegue se defender no Estadual sem problemas.
A galinha dos ovos de ouro é mesmo o garoto Moscardo, de 17 anos. O futebol inglês está de olho nele. Times como o Chelsea já acenaram para seus representantes. Há outros. No caso dele, o Corinthians tem voz ativa para decidir a venda. Vai fazer leilão para conseguir o melhor lance. O clube é dono de 80% de seu contrato. Recentemente, a diretoria renovou o acordo do jogador até junho de 2026, com aumento salarial, para poder cobrar mais na multa. Fez isso não para segurá-lo, mas para entregá-lo ao mercado, europeu ou asiático.
O clube tem alguns jogadores sendo formados, como o atacante Felipe Augusto. O salário de mais de R$ 1 milhão por mês de Yuri Alberto também não agrada, mas há contrato vigente. Ele tem mercado lá fora e pode forçar uma saída, assim como fez Guedes sem olhar para trás. O esquema de um atacante isolado na frente não favorece seu futebol, já teriam percebido os agentes de cuidam de sua carreira. O Sul pode ser um caminho.
Há ainda uma outra decisão a ser tomada em 2024: deixar Cássio mais fora das partidas. O Corinthians ensaia, ao menos nos bastidores, uma troca de goleiros, não definitiva, mas gradual. Carlos Miguel será mais usado. Isso não quer dizer que Cássio deixará a equipe a não ser que queira, mas a intenção é dar mais vitrine ao goleiro grandalhão.
O grande problema de Mano é saber com quem ele poderá contar. Se mais de dez jogadores vão embora, e alguns outros pedirão para sair, quem vai ficar para a pré-temporada e começar o Paulistão? Daí o trabalho de garimpar meninos da base, alguns já no elenco principal, mas sem tantas oportunidades. O dinheiro economizado e arrecadado com possíveis vendas também será usado, em parte menor, para pagar compromissos atrasados.
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