Fernando Diniz tem apenas uma missão contra a Argentina: ganhar o jogo amanhã no Maracanã. Nada mais importa para o torcedor brasileiro. Não importa jogar bem, jogar bonito, jogar diferente. Tem é de ganhar. Ele e a seleção estão contra a parede nas Eliminatórias. Mais o Brasil do que o treinador, porque Diniz vai embora depois de mais três partidas, essa diante dos campeões do mundo e rivais históricos e dois amistosos em março na Inglaterra e Espanha. A CBF pode até marcar mais alguns jogos antes da Copa América.
Então está tudo resolvido? Diniz entra no Maracanã e ganha da Argentina, soma três pontos e sobe na tabela. Só que não é bem assim. Seria dessa forma se ele tivesse combinado com Lionel Scaloni, técnico argentino. Ou mesmo com o próprio Messi e seu apetite interminável de ganhar jogos.
Como isso não é possível nem em sonho, o Brasil de Diniz terá problemas no Rio. Se não ganhar, dorme na parte inferior da tabela. Se perder e vir rivais, como Equador ou Chile e Paraguai, se darem bem na rodada, desce degraus na competição e vai hibernar no fundo da caverna até setembro, deixando o torcedor com a pulga atrás da orelha. Então, é jogo para somar três pontos. Vai ser em casa e diante de 70 mil torcedores.
Diniz sentiu a ‘paulada’ que recebeu após a derrota para a Colômbia em Barranquilla. Já havia sentido as cobranças depois da derrota para o Uruguai e do empate com a Venezuela. Se antes apenas o ataque preocupava e estava bagunçado, outro setor ganhou a mesma condição terrível: a defesa. Nem Marquinhos está bem.
Há ainda as baixas, por ora, apenas de Vinícius Júnior, machucado aos 26 minutos diante dos colombianos. Neymar já não estava no time – recupera-se de cirurgia no joelho.
Há um ditado popular no futebol que diz que todo time e jogador crescem diante de adversários do mesmo nível. Tomara ele funcione com a seleção no Maracanã, porque não tem melhor hora para isso se confirmar. O Brasil “só” vai enfrentar o campeão do mundo.
Mas não um campeão desmotivado e com sentimento de dever cumprido. A Argentina continua embalada e lidera as Eliminatórias. Não fosse a derrota para o Uruguai dentro da La Bombonera na rodada passada, continuaria invicta após a Copa do Catar do ano passado. Tem ainda Messi com a camisa 10. Ele está correndo menos, mas se posiciona mais perto do gol e não perdeu qualidade mesmo no futebol dos Estados Unidos.
A Argentina é melhor e mais bem organizada do que Colômbia e Uruguai. E muito melhor do que a Venezuela, os três rivais sul-americanos que ajudaram a colocar o Brasil e Diniz contra a parede no torneio. Então, a seleção brasileira só tem um compromisso com sua gente amanhã, no Rio: ganhar dessa Argentina.
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