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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião | Entre o sonho e os desafios desses garotos para não ficar pelo caminho após uma Copinha

Meninos de Corinthians e Cruzeiro estão próximos de realizar um sonho, mas precisam continuar sonhando com os pés no chão, respeito ao futebol e às pessoas e a mesma alegria e humildade de agora

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Ganhar a Copinha é o primeiro sonho desses garotos que tentam a carreira no futebol. Os meninos de Corinthians e Cruzeiro terão essa chance na quinta-feira, dia 25, data da final e aniversário de São Paulo. Mas só disputar o torneio mais famoso entre a molecada no Brasil não é suficiente para dar o passo seguinte, que é a profissionalização. A maioria fica pelo caminho. Numa conta rápida e por cima, havia na edição deste ano 128 times. Se cada elenco tem 25 jogadores, a competição serviu de vitrine para 3.200 garotos. Isso explica porque o futebol brasileiro tem uma cultura infindável de revelar atletas. Formam-se muitos jogadores. Mas a peneira da vida e da profissão é fina.

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Não basta aparecer numa Copinha, ganhar partidas, mostrar talento, com jogadas e gols bonitos, e disputar uma final para se dar bem. Ser ovacionado pelos torcedores e reconhecido nas redes sociais. É preciso mais para vencer na profissão. O garoto tem de ter cabeça boa e ser bem orientado desde o berço, não se deixar levar pela facilidade que a fama e o primeiro dinheiro trazem com força para mudar vidas. Estudar é fundamental. 

Assim como o futebol é rico na formação de base, também é abastado em criar “monstros” que não se encaixam nem querem se encaixar nas leis da sociedade e em suas constantes mudanças. Muitos atropelam essas regras de convivência com o outro, os acordos sociais, à vida em sociedade e aos comportamentos minimamente respeitosos.

Volante Breno Bidon é um dos principais jogadores do Corinthians na Copinha Foto: Pedro Zacchi/Ag.Paulistão

Também é preciso se esforçar em campo. Não há vencedores sem boas doses de suor. Nunca houve. Esses meninos se entregam ao futebol desde os 12 anos ou antes. Deixam para trás tudo de mais importante a partir desta idade para treinar e jogar. São impedidos de fazer o que meninos e meninas de suas idades fazem. São orientados pelos horários impostos pelos treinadores e preparadores físicos. São disciplinados.

A alegria de agora, como se vê estampada nesses garotos, como Arthur Souza, que marcou os três gols do Corinthians contra o Novorizontino, ou mesmo do volante Breno Bidon, muito elogiado por comentaristas e narradores da CazéTV, que mostrou a partida ao vivo da semifinal desta segunda-feira, não pode ser perdida ao longo do caminho, tampouco depois do sucesso e da tão sonhada profissionalização.

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Estudo, respeito, agradecimento, humildade, família, tudo isso precisa continuar a fazer parte da vida desses meninos mesmo depois de eles deixarem essa condição de garotos atrás de um sonho.

Na parte esportiva, há muitas variantes que podem tornar o menino um jogador ou apontar outra trajetória para sua vida. Há uma linha fina entre o amadorismo e o profissional. É preciso atravessar a rua. Nem todos vão conseguir fazer isso, embora todos possam bater no peito e afirmar sua condição. A maioria fará outras coisas e isso não é problema.

Nem todos os sonhos são realizados. A vida é assim. Por isso que eles, todos eles, precisam tirar proveito desta fase, levar para a vida os aprendizados do futebol de base e os momentos de alegria. Não se profissionalizar não pode ser encarado como um fracasso. Longe disso. No final, o funil é bem mais fechado. E tudo bem. Saiba tudo sobre a decisão da Copinha.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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