O futebol paulista se mobiliza para ter o primeiro grande jogo da temporada nesta quinta-feira entre Corinthians e Palmeiras, pelo Estadual. A rivalidade já existe naturalmente, mas desta vez há alguma coisa diferente no ar. As duas equipes, claro, não abrem mão da vitória, mesmo a despeito de todo aquele discurso de que são três pontos como qualquer partida e que o encontro ocorre em uma fase morna do também morno Campeonato Paulista.
Não caio nessa e você, torcedor, também não deve cair. Esperto que é, já se deu conta do tamanho desse confronto. Há muita fumaça para o jogo. Os jogadores, que cumpriram o dever da rodada deste fim de semana, já começaram a falar da partida. Dos dois lados.
A situação é a seguinte: há um desafio velado de que o Corinthians tem condições de superar o Palmeiras e se provar na temporada. A vitória em casa seria uma demonstração de que o time subiu degraus em sua caminhada para recuperar prestígio e confiança, quase um carimbo para o ano. Em 2022, o time foi reto no Brasileirão e chegou à final da Copa do Brasil contra o Flamengo.
Esse Corinthians, que será mandante e terá a Neo Química Arena feito um vulcão prestes a explodir, precisa dessa vitória, não para melhorar sua condição no Estadual ou garantir classificação. Nada disso. O Corinthians e o corintiano querem essa vitória diante do Palmeiras para se provar, como se precisasse disso para tremular sua bandeira com mais força.
Há uma comunhão diferente neste Corinthians, motivada pela chegada do técnico Fernando Lázaro, filho do lendário Zé Maria, o Super Zé. Os jogadores abraçaram Lázaro como nunca fizeram com Vítor Pereira. E Lázaro fala a mesma língua de todos eles. É querido como Abel Ferreira no rival desta quinta-feira em casa.
Então, no quesito ‘estamos com o treinador até a morte’, mesmo com menos tempo no cargo em relação à Abel, o que também faz diferença, pode-se dizer que há um empate. Tem mais: os jogadores corintianos se esforçaram muito na pré-temporada. Eles se doaram pelo time e pelo comando. Não começaram do zero como toda retomada de trabalho após as férias de fim de ano.
Não bastasse esse comprometimento, o Corinthians tem bons jogadores em todas as posições, mesmo a despeito de boa parte deles estar na casa dos 30. É fato, já comprovado, que todos eles conseguem jogar 90 minutos em alto nível. Daí esse sentimento no ar de que o jogo contra o Palmeiras será especial. Há muitas facas nos dentes, no bom sentido.
Claro, há tudo isso também do lado palmeirense. O desejo de bater um rival é inerente no futebol. Vale para o Palmeiras o mesmo que vale para o Corinthians. Talvez, hoje, com uma diferença. A torcida já sabe a condição desse Palmeiras e o tamanho do seu apetite em todas as partidas que joga.
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