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Opinião|Limpa no Corinthians não parou e direção quer deixar de gastar R$ 7 milhões com atletas reprovados

Com as saídas de Renato Augusto, Gil e Giuliano, além da aposentadoria de Fábio Santos, folha de pagamento do futebol já economizou R$ 3 milhões

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Corinthians começou sua reformulação por onde tinha de começar: limpando o elenco que fracassou em 2023. Mais do que isso: a demissão e não renovação de contrato de jogadores tira da frente de Mano Menezes e da torcida atletas incapazes de dar jeito ao time, como foi durante toda a temporada. Se não individualmente, em grupo. O corintiano acreditou e foi iludido. Sob o comando do novo presidente Augusto Melo e orientação do técnico Mano Menezes, a limpa prometida está em marcha com as saídas já anunciadas de Renato Augusto e Gil, dois pilares da equipe há anos.

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O sinal é claro. Se os ‘craques’ não servem, imagine os outros. É uma questão de sobrevivência, financeira e esportiva. Fábio Santos se aposentou. Giuliano se mandou também. Outros, como Cantillo, não terão o contrato renovado. É uma limpa como há muito não se via num time grande. O Corinthians não vai ficar com jogador que não acrescentou nada nas últimas temporadas e tirou do clube salários na casa dos R$ 300 mil ou R$ 500 mil por mês. A economia, segundo o dirigente, já é perto de R$ 3 milhões.

Esse dinheiro, também segundo promessas, será reinvestido na contratação de outros jogadores ou no salário deles. Ainda não se fala muito em contratação. As demissões ainda não pararam.

Augusto Melo, de 59 anos, foi eleito presidente do Corinthians em novembro e já trabalha nos bastidores para ajeitar o clube Foto: José Manoel Hidalgo/Agência Corinthians

Estrategicamente, os atletas serão avisados que não ficarão conforme seus contratos forem vencidos. Boa parte desses jogadores tem o fim do acordo neste mês, no dia 31. Para não ter problemas jurídicos, a nova diretoria está seguindo o trâmite legal. Eles já sabem que não estão nos planos. Mano deixou escalar que essa reformulação aconteceria ainda durante o Brasileirão.

O clube perdeu no meio da temporada seus três melhores atletas: Adson, Róger Guedes e Murillo. Dinheiro deveria ter para reforçar o elenco, mas o Corinthians é uma caixa escura onde a despesa não deixa rastro. A gestão passada errou ao negociar seus melhores atletas quando o time mais precisava deles. Vendeu com o argumento de que tinha prometido isso aos jogadores, deixando também o treinador Luxemburgo na mão.

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Todos estão sendo avaliados, mesmo aqueles que só responderam com futebol no fim do Brasileirão, como é o caso do atacante Romero, com gols em quase todas as partidas. O paraguaio não é mais aquele do passado nem será. Mas tem contrato. Mano levará em conta o que os atletas podem render e não o que já fizeram pelo clube. Não haverá sentimento de gratidão. O elenco corintiano foi construído pela direção de futebol, sob a liderança do presidente Duílio Monteiro Alves. O time teve muitos treinadores em 2023, alguns interinos, eles não apitaram nada na formação do grupo. Os jogadores foram ficando e nunca se transformaram num time de verdade.

Augusto Melo corre contra o tempo. O elenco terá entre 28 e 32 jogadores, não mais do que isso. Pode até ter menos. A base terá de funcionar nesse primeiro ano de mudanças. O estilo de jogo também vai mudar. Mano não terá mais apenas Yuri Alberto no ataque. O jogador terá companhia. O Corinthians espera ainda reduzir a folha de pagamento em mais R$ 4 milhões. Se conseguir, o presidente terá margens para manobras. Jogadores no mercado sem contrato terão prioridade desde que o treinador dê seu aval. O clube quer gastar o menos possível para fazer um time competitivo já no Paulistão.

Há, por ora, três problemas: o que fazer com Cássio e Fagner e a provável negociação de Moscardo. O garoto já ficou fora do time em algumas partidas ou momentos de jogo. Mano prepara o terreno para a equipe sobreviver sem seu volante da base. Em compensação, o clube teria R$ 150 milhões se conseguir vendê-lo. O goleiro e o lateral estão desgastados. São referências na história do Corinthians, mas não são vistos como intocáveis.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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