Corinthians e Matías Rojas já se acertaram pelo rompimento do contrato. Foi mais uma bola fora do clube em sua gestão, do passado e do presente, diga-se. O jogador não recebeu o que foi combinado, esperou dar o prazo da lei e desapareceu. É o pior dos cenários para um clube de futebol e também para um profissional. A chamada bolas nas costas, conforme admitiu o Corinthians ao informar que o atleta paraguaio havia faltado ao treino. Talvez fosse também uma estratégia jurídica comunicar dessa forma.
O fato é que Rojas, que vinha sendo usado pelo técnico António Oliveira e havia, sim, muita esperança de que ele pudesse melhorar o setor de criação do time, pegou suas coisas no vestiário, não se despediu de ninguém e foi embora. Não volta mais para o Parque São Jorge. Tenho a impressão de que o comando do clube, entenda dirigentes, não queria mais o jogador em suas fileiras. Como veio da gestão passada a contratação, a atual se achou no direito de não aceitar as dívidas e tratou de “rifar” o jogador paraguaio.
É claro que não é assim que a banda toca. Contrato é contrato e ele tem de ser respeitado. Se não for, há brechas para o rompimento e a obrigação de pagar as multas. É bom que os cartolas saibam que existe uma lei sobre a responsabilidade de quem comanda o futebol, portanto, aplicada aos presidentes, em caso de corrupção e coisas do tipo. Não honrar com as dívidas da instituição faz parte dela. O Corinthians terá de arcar com as consequências do não pagamento ao atleta num curto espaço de tempo. Náo está descartada a possibilidade de Rojas acionar a Fifa. Se isso acontecer, as contas do Corinthians poderão ser travadas e o clube vai ficar impedido de contratar.
A Federação Paulista de Futebol resolveu esse problema no Estadual, conforme o mesmo Corinthians se enquadrou e teve de correr para buscar uma solução quando demitiu Mano Menezes. Pelas regras do Paulistão, um time só pode contratar outro treinador quando pagar a rescisão de quem saiu em meio à competição. Se não tivesse pago Mano rapidinho, António Oliveira não poderia ter sido contratado. Isso é ótimo, porque coloca um freio na bagunça administrativa dos clubes e na falta de pagamentos aos profissionais.
Jogadores e técnicos não podem abrir mão disso. Os presidentes não podem deixar rolar e não pagar suas contas com os colaboradores. O futebol precisa honrar seus compromissos e suas marcas. Parece que virou comum não pagar e empurrar a dívida com a barriga.
Apesar das razões de Matías Rojas, uma coisa precisa ficar clara: o jogador foium fiasco no Corinthians. Náo jogou nada, era sonolento, mas havia uma esperança de que ele pudesse resolver os problemas técnicos do time. NUnca nem chegou perto disso. Jogador como Rojas, o futebol brasileiro está cheio. Ou seja, a diretoria anterior, de Duílio, não precisava gastar dinheiro nem luvas nem salário alto com um jogador como ele. Na base tem garoto melhor.
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