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Opinião|Neymar pode ficar no PSG, no fim das contas, e voltar a ser o principal jogador do time francês

Com saída de Messi e nova confusão de Mbappé, que quer ir embora, brasileiro reassume posição de destaque no elenco: ele tem contrato até 2027 e sua permanência é pedido de Luis Enrique, que deve ser apresentado em breve

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Neymar pode ficar no PSG, no fim das contas. Mas ninguém sabe ao certo o que quer o jogador aos 31 anos. Seus planos esportivos quando deixou o Santos fracassaram. Ou não foram cumpridos. Ele ficou rico, teve seu melhor momento no Barcelona e não conquistou nem metade do que sonhava, como uma Copa do Mundo e o título de melhor jogador da Fifa.

Num passado não muito distante, tudo isso parecia possível. Hoje, parece que não faz diferença para ele ganhar prêmios individuais tampouco “comer” a grama para fazer o Brasil campeão do mundo. Também fracassou no PSG. Não se sabe nem se ele quer voltar para a seleção brasileira.

Neymar acompanha jogo das finais do NBA nos Estados Unidos: jogador está fora dos campos desde fevereiro Foto: Mike Ehrmann / AFP

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Seu destino parecia uma bola de ping pong, ora para lá, ora para cá. Com a saída de Messi e a confusão que volta a fazer Mbappé sobre sua permanência no clube francês, Neymar tem novamente a chance de reinar absoluto no time a partir de junho de 2024. Ele tem contrato com o PSG até 2027 e, por ora, tem poucos interessados em sua contratação.

Mbappé ensaia para deixar o PSG. De novo. A temporada 2023/24 seria sua última. Ele tem 24 anos e quer ganhar o mundo. Sem Messi e Mbappé no vestiário, Neymar seria o ‘rei’ do time, como já foi quando a equipe francesa o arrancou do Barcelona. Foi a maior e a mais badalada contratação na época. De lá para cá, o craque brasileiro viveu dias de glórias e de decepções, não cumpriu nem metade do que sonhava para ele mesmo e arranjou uma série de confusão dentro e fora de campo. Tudo em sua estadia em Paris foi intenso.

Seu maior problema, no entanto, é ser abraçado pela torcida do PSG, a mesma que chutou Messi para fora aos gritos e xingamentos. Neymar é tão repudiado pelos seguidores do time como o amigo argentino. Sua casa é vigiada por seguranças particulares em Paris. Ele não tem paz. Sua vida o ajuda a sair da cidade e a respirar novos ares em qualquer brecha da agenda. Seu jatinho o leva para todos os lados. Isso o alivia da pressão e o tira do olho do furacão.

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Mas ele não parece feliz. Dobrar os torcedores é um desafio mais difícil neste momento do que ganhar a Liga dos Campeões.

A seu favor, para sua permanência e recomeço, ele conta com o técnico Luis Enrique, que deve ser anunciado no clube em breve. Luis Enrique foi o comandante da Espanha na Copa do Mundo do Catar. Também esteve à frente do Barcelona no melhor momento de Neymar no clube catalão, em 2015, quando ele tinha Messi e Suárez ao seu lado.

Luis Enrique disse que seria importante para seu trabalho no PSG a permanência do jogador brasileiro. Como tem contrato, o clube parou de oferecer o atacante na Europa. Se Neymar não se envolver em nova confusão ou pedir para sair, ele será em breve o principal jogador do time.

Há ainda uma esperança de que ele recupere o “interesse” pelas partidas. Sua cirurgia no tornozelo direito o deixou afastado do futebol desde fevereiro. Recentemente, ele disse amar o que faz. “Amo estar em campo. Amo futebol. Nasci para fazer isso”. O tempo de molho pode ter mexido com sua paixão. Nos últimos meses ele tem feito de tudo, menos se aproximado do futebol. Nem na festa do PSG campeão nacional ele esteve. Disse que não estava em seu contrato participar dessas reuniões.

Fora de campo, ele continua o mesmo. Perdidão. Vai ser pai pela segunda vez, mas, para muitos, ainda não tem juízo. Nem ele nem seu pai, que na semana passada recebeu voz de prisão ao desacatar fiscais do Meio Ambiente para averiguar uma obra na casa do jogador em Mangaratiba, no Rio, que envolvia a criação de um lago. Teve ainda o episódio da traição e pedido de desculpas em suas redes sociais para a namorada, Bruna, que vai ser mãe de seu filho. Nesse aspecto, particular e íntimo de sua vida, Neymar parece não mudar.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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