É preciso começar a temporada voltando anos atrás, quando o Palmeiras se propôs a formar um time e a melhorar sua gestão. Eram anos de sofrimento, altos e baixos, quedas, times incompetentes e presidentes sem a menor condição, ou sempre colocando a carroça na frente dos bois ou dos burros.
O Palmeiras com Paulo Nobre, Maurício Galiotte e Leila Pereira mudou essa concepção de que o futebol não consegue se livrar das más gestões, do vício de gastar mais do que arrecada, de comprar sem critério e sem necessidade. De rasgar dinheiro que não lhes pertence e aumentar a dívida do clube. A escalação do Palmeiras no empate com o Novorizontino no Paulistão (1 a 1) foi a mesma que o torcedor acompanha há anos, com poucas ou quase nenhuma mudança, com os mesmos jogadores que já estavam no elenco e alguns que chegaram.
Manter um time vencedor é o maior exemplo e desafio de uma gestão positiva, como esta do Palmeiras. Inova e se refaz de uma temporada para outra sem sair do caminho do sucesso e sem perder seus melhores profissionais. Mais do que não perder, a política do clube trabalha para mantê-los. Fez isso com o técnico Abel Ferreira, numa negociação que mexeu com o Brasil no ano passado, e fez isso também com todos os jogadores, muitos deles pretendidos por times mais ricos do que o comandado por Leila Pereira. Quem saiu, não fará falta.
Então, a despeito da montagem de uma equipe de futebol, quero dizer que nunca é só dinheiro. O Palmeiras tem ligeira vantagem nas receitas anuais para alguns de seus rivais, como Corinthians e Santos. Perde de goleada nesse quesito para o Flamengo, no entanto. Mas por que o Palmeiras é um clube bem estruturado, com os pés no chão, vencedor (Abel tem nove títulos desde que chegou) e que consegue segurar seus atletas?
Esta é a pergunta de 1 milhão de dólares. Já sabemos que não é só dinheiro. É muito mais. É convencimento. É planejamento. É objetivo. É remuneração, sim. É ambiente. É confiança. É trabalho e respeito.
Se não tivesse bons jogadores, Abel não chegaria tão longe, a ponto de receber um dos melhores salários do mundo e esticar seu contrato por mais uma temporada. Se tivesse bons jogadores, mas não tivesse um treinador competente, também não chegaria a lugar algum. O Flamengo da temporada passada é um bom exemplo disso.
Se tivesse bons jogadores e um comandante competente, mas uma diretoria fraca e sem rumo, também as chances de dar certo seriam menores. Se tivesse tudo isso legal, mas sem um ambiente em que todos se curtem e se respeitam, nada feito. O time sucumbiria.
O que o Palmeiras conseguiu e tenta manter em 2024 é tudo isso junto e funcionando, sem tirar o peso de uns e sem dar mais peso a outros. Sua gestão virou exemplo pelas conquistas e pelo longo ciclo de sucesso.
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