O Palmeiras é um time melhor e mais bem organizado do que seus concorrentes no Estado. Pela quarta vez seguida, vai fazer a final do Paulistão, um torneio de ‘preparação’ para as equipes em São Paulo. Mesmo assim, é inadmissível que o Palmeiras não tenha como concorrentes seus maiores rivais, como Corinthians, São Paulo e Santos. Isso mostra o tamanho de um neste momento e o tamanho dos demais.
São Bernardo e Ituano foram rivais firmes e de respeito nas fases de quartas e semifinais. Méritos para os dois no Paulistão, mas eles estão longe do Palmeiras em todos os sentidos, da gestão à qualidade do elenco, passando pela estrutura de trabalho e dos reservas no banco. Futebol prega peças, como pregou para Corinthians e São Paulo, mas isso não aconteceu com o Palmeiras.
Jogando em sua casa por causa da melhor campanha, o Palmeiras manteve sua pegada e mais uma vez se credencia para um título. Ganhou do Ituano por 1 a 0 e agora espera o finalista de Água Santa e Bragantino, que jogam nesta segunda-feira, às 21h.
O Palmeiras entrou num trilho de dar inveja a seus adversários. É, sim, o time a ser batido nesta temporada, ao lado de Flamengo, Fluminense e Atlético-MG, que pode render mais do que vem jogando em Minas Gerais. Contra seus ‘inimigos’ de São Paulo, o Palmeiras sobra. Mas é preciso comentar a bagunça de Santos, São Paulo e Corinthians.
Não tenho uma bola de cristal, mas pelo que esses times apresentaram no primeiro trimestre do ano, não seria demais supor que eles terão dificuldades para se sustentar na Série A do Brasileiro. São Paulo e Santos flertam com a Série B já faz algum tempo. Nunca caíram. O Corinthians deu sorte na temporada passada e mostrou alguma competência para se manter entre os primeiros. Não sei se o time vai conseguir repetir a dose.
Semana passada, seus torcedores invadiram o CT para cobrar todo mundo. Isso só atrapalha. Mas eles ainda acham que é o caminho. Deu polícia. É mais sério do que se entende. Já passou de ser folclore do futebol. Mas no Corinthians da gestão de Duílio Monteiro Alves tudo parece simples e normal. Ele é um presidente manso, no sentido de não se incomodar com nada, levar as coisas na flauta e sem a agitação que o futebol pede. O Corinthians é um time com a cara do seu presidente, morno.
O São Paulo, em compensação, que sempre foi morno, vive tempos de agitação acima da média. O clube ferve. Todos os espirros viram pneumonia no Morumbi. Rogério Ceni ajuda muito com esse clima tenso. Sua água não sai da fervura. A diretoria se faz de cega e o time não sai do buraco, nem financeira nem esportivamente. Perde dinheiro com as eliminações e também o apoio do torcedor. O São Paulo corre atrás do rabo e não vai para lugar nenhum. Já faz anos que é assim.
O Palmeiras tem méritos em sua estrutura e vitórias e classificações porque seus rivais não metem mais medo nem receio. O time de Abel Ferreira enfrenta todos de peito aberto. O Santos é um desses rivais que se apequenou. Não tem dinheiro, não tem elenco, não tem comissão técnica. Vive trocando de treinador. Agora, tenta repassar seus principais atletas para fazer algum dinheiro e salvar a gestão do presidente Andrés Rueda. É outro que precisa abrir o olho e jogar muito mais para não correr risco no Brasileirão.
Todos esses rivais do Palmeiras, do passado, têm semanas sem jogos porque eles caíram muito cedo no Paulistão. A rivalidade ainda existe e São Paulo, Santos e Corinthians podem, claro, ganhar do Palmeiras, afinal, é futebol, mas o Palmeiras está muito além da condição de seus adversários paulistas. E isso não é de hoje.
O Palmeiras fará a final do Paulistão de 2023 em duas partidas, sendo que a segunda delas será no Allianz Parque porque tem a melhor campanha. E contra quem for o rival, é favorito de novo.
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