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Opinião | Palmeiras terá ano agitado, com despedida de Abel, sonho de Mundial e reeleição de Leila

Tem ainda a ‘cobrança’ por mais conquistas, a pressão da torcida em cima da presidente e a reformulação do elenco com a possibilidade de perder jogadores no fim do ano

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

O Palmeiras se prepara para uma temporada desafiadora, talvez a mais desafiadora desde a chegada de Abel Ferreira ao futebol brasileiro. O treinador está cansado e o elenco chega ao fim de um ciclo. A presidente Leila Pereira, por ora, conseguiu segurar seus principais jogadores, de modo a manter o time forte e entrosado para continuar alimentando seu torcedor com conquistas. O Palmeiras construiu esse caminho e agora é cobrado inconscientemente por ao menos três taças por ano. Não é fácil.

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Para isso, tudo precisa funcionar como uma máquina. Abel, que vai ficar até dezembro de 2024 depois de um “vai não vai”, sabe que o Paulistão é o torneio mais fácil de se dar bem. Os jogadores estão animados, menos cansados e a disputa é curta. O meio do ano é o melhor momento de estágio e evolução de um time na temporada, mas nesse período não há nada para decidir a não ser as classificações nas fases de grupos e as rodadas do Brasileirão. Há a Copa do Brasil, mas ainda em uma etapa menos dura, em que os favoritos costumam seguir adiante.

A Libertadores deve ser o foco do Palmeiras. Seria mais um torneio internacional de peso e o direito de jogar novamente o Mundial de Clubes da Fifa. É o único torneio que falta ao treinador português. Para ele, seria um prêmio conduzir mais uma vez o Palmeiras na competição. Seria fechar o ciclo com chave de ouro. 

Abel Ferreira observa treinamento do Palmeiras na Academia antes da conquista do Brasileirão 2023 Foto: Cesar Greco / Agência Palmeiras

Para o lugar de Endrick

O ano será de reposição no elenco. Mesmo se nenhum dos jogadores de confiança do treinador sair agora, muito provavelmente haverá baixas para 2025. E aos montes. Leila tem de se preparar para essa troca de casca. Então, não duvido que ela vai fazer essa transição em 2024, com mais contratações em posições específicas. Espera-se, de cara, que ela traga um novo atacante para o lugar de Endrick, que vai para o Real Madrid, e de Dudu, machucado. Artur vai embora e deixará o setor ainda mais vazio.

O processo de mudar o elenco sem perder a competitividade não é fácil, mas também faz parte de um trabalho de campanha da presidente. Ela vai usar o ano, mais o segundo semestre do que o primeiro, para sua reeleição no clube após o terceiro ano de seu mandato. Leila andou pelo caminho trilhado por Paulo Nobre e Maurício Galiotte, mas também mostrou suas garras e posições fortes no comando. Leila é a primeira mulher a dirigir o Palmeiras.

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Reeleição de Leila

Seu dinheiro (ela é dona da Crefisa e da FAM) ajudou nesse processo, não somente com o acordo de patrocínio no futebol, mas de reformas bancadas por ela que trouxeram melhorias aos associados do clube, como nas piscinas. Isso deixou alguns torcedores desconfiados porque ela coloca a marca de suas empresas em todos os setores do Palmeiras. Para o palmeirense de raiz, nada é mais importante do que a marca Palmeiras. 

Leila também rompeu com a torcida uniformizada, a Mancha, e, desde então, os caminhos dela e dos seguidores são opostos. Não vejo abertura para uma volta, embora possa acontecer. Seria melhor para o Palmeiras, mas isso está, neste momento, descartado. Então, ela terá de conviver com as cobranças. Sua campanha para reeleição ainda nem começou e ela não é de economizar nesse sentido. Ela sabe seduzir o eleitorado, e tem no time e no treinador suas grandes cartas na manga.

O Palmeiras vai disputar tudo em 2024. É candidato a ganhar tudo no ano de despedida de Abel Ferreira. Ganhar tudo é um objetivo, do Paulistão ao Campeonato Brasileiro, passando pela Copa do Brasil e Libertadores. O Palmeiras já esteve perto disso. Não é fácil pelo desgaste do elenco (teria de ter um grupo melhor e maior) e pela concorrência dos rivais. O Flamengo vem forte com Tite, assim como o Atlético-MG sob o comando de Felipão. Tem ainda o São Paulo com Dorival e alguns bons jogadores no Morumbi. Mas o torcedor palmeirense não olha mais para os adversários. Soberba? Talvez. Mas há também muita confiança no trabalho de todos no clube.

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Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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