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Futebol, seus bastidores e outras histórias

Opinião | São Paulo joga bem, poderia ter vencido o jogo, mas vacila ao não ficar de olho em Renato Augusto

Meia faz os dois gols do Corinthians na vitória por 2 a 1, apesar de o seu time não ter feito boa apresentação em Itaquera: time de Luxemburgo tem agora a vantagem do empate na volta em duelo no Morumbi

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Não se brinca com rivalidade no futebol brasileiro. O São Paulo ainda não aprendeu isso. E pagou caro nos primeiros 90 minutos da disputa com o Corinthians por uma vaga na final da Copa do Brasil 2023. Foi melhor o tempo todo, teve as principais jogadas, ficou com a bola, mas não teve forças para transformar tudo isso em gols, principalmente no primeiro tempo. E foi punido.

Sabia desde a preleção no vestiário em Itaquera que Renato Augusto era o jogador a ser marcado. E mesmo assim deixou o meia livre para dois arremates fatais no segundo tempo. O time de Dorival deixou a Neo Química Arena com sabor amargo na boca. Poderia ter vencido e quebrado um tabu histórico e incômodo na casa do rival, além, claro, de encaminhar sua vaga. Mas vacilou.

Renato Augusto marca os dois gols do Corinthians na partida contra o São Paulo pela semifinal da Copa do Brasil Foto: Carla Carniel / Reuters

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A vitória caiu no colo do Corinthians, porque até Róger Guedes estava apagado em Itaquera. Sua partida foi burocrática, mediana, assim como a dos seus companheiros. Não havia uma proposta clara do time de Luxemburgo. Mas estava em casa e diante de sua gente. Havia Renato Augusto, que ficou adormecido na etapa inicial. Esperando. Por isso que entendo que o São Paulo perdeu a chance de abrir vantagem e de ganhar o jogo. Digo isso porque a história pode ser outra completamente diferente no Morumbi no duelo da volta.

O primeiro tempo foi de muito medo dos dois lados. Medo de errar. Dorival tinha uma proposta para o São Paulo: tocar a bola, cozinhar o jogo, fazer inversões e deixar o tempo passar. Foi vítima de sua própria estratégia. Luciano, autor do gol tricolor de empate, arrumou confusão ao comemorar o feito. Ele disse que não havia com quem festejar no estádio porque só tinha torcedor corintiano. Fez uma acusação séria contra a arbitragem, que lhe prometeu cartão e deu. É preciso investigar melhor. 

O futebol é bonito por causa disso também, nem sempre o melhor ganha. O segundo gol de Renato Augusto é uma dessas façanhas para guardar para sempre na memória. Ele já havia feito o primeiro e também fez o segundo, ainda mais bonito, com calma, apesar do bico na bola. Com raiva, como gosta o torcedor. Decisivo. Um tapa na cara do São Paulo. O Tricolor foi melhor, teve a bola e não conseguiu vencer. Pagou um preço alto por sua incompetência.

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O Corinthians mostrou pouco, mas tinha Renato Augusto e ganhou a primeira batalha sem merecer. Há, no entanto, uma ressalva: está tudo aberto para a partida de volta em três semanas no Morumbi. A vantagem agora é do Corinthians, que atua pelo empate, mas o estádio será do São Paulo, muito provavelmente com recorde de público no ano. O time de Dorival precisa de dois gols. Se fizer um e ganhar, a decisão vai para os pênaltis.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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