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Opinião | São Paulo volta ao modus ‘sofrimento na cara do gol’ com derrotas e empate até mesmo quando é melhor

Apanhou do Corinthians na Copa do Brasil, perdeu nesta quinta para o time do papa Francisco e não consegue mais ganhar no Brasileirão: euforia com chegada de Lucas e James não pode tirar o foco do time

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Foto do author Robson Morelli
Atualização:

Esqueça a semana de empolgação do São Paulo com a chegada de James Rodríguez e Lucas Moura. Olha apenas para o futebol do time. A decepção estava estampada na fisionomia do técnico Dorival Júnior após a derrota fora de casa diante do San Lorenzo, o time do papa Francisco, pelas oitavas da Sul-Americana. O São Paulo emperrou e é preciso falar disso, principalmente sobre um time que tem se afundado quando mais se espera dele, nas retas finais das competições e em partidas decisivas.

A euforia com as contratações não pode esconder a segura de gols e as derrotas seguidas, tampouco o péssimo poder de fogo de seus jogadores. Um exemplo disso foi o duelo com o rival argentino nesta quinta-feira, quando os comandados de Dorival ficaram com a bola e não souberam o que fazer com ela. Acabou o encanto?

Colombiano James Rodríguez roubou a cena no São Paulo na semana: time perde o foco em sua missão na temporada e coleciona maus resultados Foto: Miguel Schincariol / AFP

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Não é de hoje que a má pontaria envergonha a equipe como num passado não tão distante. O São Paulo ainda passa por provações. Isso explica a cara feia de Dorival em sua entrevista coletiva na Argentina. Salto alto? Dever de missão cumprida? Condição de favorito? Nada disso faz parte dos ensinamentos do treinador e do seu estilo, mais humilde e trabalhador. Também não pode fazer parte do elenco.

As falhas ocorrem nas três competições. No Brasileirão, o time perdeu fôlego e caiu na tabela. Perdeu para o Cuiabá, teoricamente mais fraco, e não conseguiu furar o bloqueio do Bahia dentro do Morumbi, tendo depois de explicar um empate sem gols em que teve ao menos cinco chances de balançar as redes. Antes disso, na Copa do Brasil, o time perdeu para o Corinthians na partida de ida da semifinal.

Foi a partir desse jogo em Itaquera que tudo desandou. O resultado de 2 a 1 não tira o São Paulo da briga por vaga na final, mas colocou a ansiedade do elenco e o foco somente nessa decisão. Não pode. Se perder ou empatar em casa, já era. Dorival tentou animar o efetivo, mas não conseguiu. O time sofre para marcar um mísero golzinho. Até mesmo o torcedor se deixou levar pela rivalidade contra o Corinthians e só fala disso. Parece que não há nada na frente do são-paulino além desse desejo obsessivo de rever o adversário do Parque São Jorge no Morumbi, dia 16, e acabar com ele.  

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Neste domingo, o time volta suas atenções para o Nacional. Tomara que volte mesmo. Recebe o Atlético-MG. Felipão ainda não venceu desde que chegou a Minas. Está mais pressionado do que porca em parafuso enferrujado. Uma hora vai acontecer de ganhar. Não há dúvidas. Se o time paulista não abrir o olho, pode sofrer mais um revés. E ser esse rival. O jogo, por si só, já é uma pedreira. Se os jogadores estiverem com a cabeça no Corinthians, vai ficar ainda mais difícil. 

Lucas Moura

A secura de gols pode ter uma solução, Lucas Moura, que eu gostaria de chamar apenas de Lucas. Já foi Marcelinho, Lucas e agora é Lucas Moura. Para quem não sabe, quando Lucas começou no São Paulo, ele era chamado de Marcelinho em referência ao atacante corintiano, Marcelinho Carioca. Dorival disse que pode colocar o atacante de 30 anos para jogar. Seu nome já está regularizado na CBF. Isso vai levar muitos são-paulinos ao estádio. Lucas passa a ser boa esperança de gol.

Opinião por Robson Morelli

Editor geral de Esportes e comentarista da Rádio Eldorado

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