O Comitê Olímpico do Brasil (COB) decidirá qual será a aspirante brasileira a sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031 em assembleia marcada para o dia 29 de janeiro. A escolha está entre São Paulo e uma candidatura dupla de Rio de Janeiro e Niterói. Nos bastidores, ambas as candidatas municiam-se de apoios para buscar fortalecimento junto ao COB.
São Paulo recebeu, na semana passada, ofício assinado pelo presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), Marcos Cândido de Brito. No texto, destinado ao prefeito Ricardo Nunes, Brito solicita mais informações sobre a candidatura e afirma a “intenção de colaborar com a cidade de São Paulo”. O mandatário faz parte do colegiado que votará na assembleia em janeiro.
A Federação Paulista de Futebol (FPF) também escreveu ao prefeito. Na sua manifestação, a entidade destaca “benefícios inestimáveis” que a cidade teria em desenvolvimento esportivo com o Pan. “Com especial atenção ao futebol feminino”, destaca a FPF.
O presidente da federação, Reinaldo Carneiro Bastos, destaca também a Copa do Mundo Feminina 2027, que será sediada no País. Na visão do dirigente, São Paulo é protagonista do torneio, o que consolida sua “excelência em organizar competições globais”, uma vez que é a maior e mais rica cidade da América Latina.
Outros que escreveram a Nunes, em manifestação de apoio, foram as federações paulistas de Karatê, Ciclismo e Tênis, além da Associação dos Secretários Municipais de Esporte e Lazer do Estado de São Paulo, além dos docentes da Universidade Anhembi Morumbi, que enfatiza a relevância do evento especificamente para estudantes de Educação Física.
O medalhista olímpico Arthur Zanetti demonstrou apoio publicamente à candidatura. “São Paulo é, também, a casa do esporte olímpico brasileiro. É o maior celeiro de medalhistas olímpicos e mundiais do país. É hora de SP voltar a ser a casa do esporte nas Américas”, escreveu em post no Instagram o ex-integrante da Comissão de Atletas do COB.
A favor de São Paulo está a pujança econômica. No entanto, a capital paulista teria de construir algumas estruturas. Já existe a promessa, por exemplo, de que o velódromo, no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, sairá do papel.
O trunfo do Rio, claro, é a estrutura já pronta e a expertise de ter organizado grandes eventos: o Pan em 2007 e a Olimpíada em 2016. No entanto, existe a necessidade de erguer uma nova Vila de Atletas, assim com outros locais de competição.
No lado carioca, uma medalhista olímpica encabeça a própria candidatura. Isabela Swan, bronze na vela em Pequim-2008, é vice-prefeita eleita de Niterói, além de presidente da Panam Sports.
Na assembleia do COB, são 34 presidentes das Confederações Olímpicas de Verão e Inverno filiadas ao COB, dois membros brasileiros do Comitê Olímpico Internacional (COI) e 19 representantes da Comissão de Atletas (CACOB).
A Panam Sports, entidade principal do esporte nas Américas, estabelece o prazo de 31 de janeiro para a oficialização da candidatura brasileira. Cada país pode apresentar apenas uma candidatura. O resultado será divulgado na Assembleia Geral da Panam Sports, durante a realização dos Jogos Pan-Americanos Júnior, em Assunção, no Paraguai, no mês de agosto.
Além do Pan de 1963, o Brasil também foi palco do evento em 2007, quando a competição foi realizada no Rio. O País participou de todas as edições dos Jogos Pan-Americanos e teve o seu melhor desempenho em 2019, em Lima, quando terminou na segunda colocação.
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