PUBLICIDADE

Scheidt é eleito o melhor do mundo

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O melhor velejador de 2001 é brasileiro e modesto. Robert Scheidt, de 28 anos, pentacampeão mundial da classe Laser, ganhador da medalha de ouro na Olimpíada de Atlanta (1996) e da de prata em Sydney (2000), foi escolhido nesta terça-feira, em Lisboa, o destaque da vela este ano, em votação realizada por presidentes de confederações de todo o mundo. "Estou honrado e feliz, mas acredito que tenho muito a amadurecer. Quero velejar em outras classes também, até a saúde deixar", disse Scheidt, primeiro sul-americano a conquistar este troféu, recebido das mãos do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o belga Jacques Rogge, sob o olhar emocionado do seu pai, Fritz Scheidt. Scheidt, que fez até discurso nesta terça-feira, na conferência anual da Federação Internacional de Vela (ISAF), ganhou o prêmio competindo em uma classe em que todos os barcos são iguais - na disputa, o iatista conta apenas com sua habilidade, sem a ajuda da tecnologia. Na Laser, os velejadores usam barcos padronizados, fornecidos pelos organizadores dos campeonatos e, assim, quem vence é o "melhor de verdade". "Isso significa que esportistas de países menos ricos têm condições iguais de competir. Espero que o prêmio seja um incentivo para todos." Desde 94, quando a ISAF começou a premiar o melhor velejador do ano, a classe Laser teve apenas dois escolhidos: Scheidt e o inglês Ben Ainslie (em 98), seu maior rival até hoje. Scheidt, que já havia sido indicado em outras duas oportunidades - 96 e 97 -, achava difícil vencer essa "competição". Concorreu com o também brasileiro Torben Grael, o neozelandês Grant Dalton, os franceses Michel Desjoyeaux e Yves Parlier, o alemão Heiko Kroger e o sueco Fredrik Loof. Para o brasileiro, o troféu, em formato de uma esfera, sólida e com uma coroa de spinnakers de prata (peça de embarcações), é uma conseqüência do trabalho iniciado aos 9 anos, que culminou com o quinto título mundial, em agosto passado, em Cork, na Irlanda. "É o reconhecimento internacional", definiu. "Nunca dei o passo maior que a perna. Na minha carreira, as conquistas foram chegando aos poucos", observou Scheidt, único no País com cinco títulos mundiais em uma modalidade individual. O iatista brasileiro pretende disputar outra medalha olímpica na Laser em Atenas, em 2004. E no caminho estão três desafios: os Mundiais dos Estados Unidos (2002), da Espanha (2003) e outro um mês antes da Olimpíada. "Gostaria muito de chegar a Atenas com oito títulos mundiais, mas prefiro pensar dia após dia." Foi assim, com um passo de cada vez, que Scheidt conquistou o mundo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.