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Olimpíadas 2024: Tatiana Weston-Webb perde para americana em disputa acirrada e é prata no surfe

Brasileira é superada em disputa acirrada com a atual campeã mundial Caroline Marks, dos EUA; gaúcha criada no Havaí se torna a primeira brasileira a subir ao pódio no surfe em Jogos Olímpicos

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Foto do author Rodrigo Sampaio
Atualização:

Em disputa acirrada com Caroline Marks, atual campeã do Circuito Mundial Feminino, Tatiana Weston-Webb acabou sendo superada na decisão, por 10.50 a 10.33, e ficou com a prata do surfe feminino na Olimpíada Paris-2024. Ela é a primeira brasileira a conquistar uma medalha na modalidade. O bronze ficou com a francesa Johanne Defay, que atropelou Brisa Hennesey, da Costa Rica, com um 12.66 a 4.93. No masculino, o taitiano Kauli Vaast ficou com o ouro.

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Filha de pai inglês e mãe gaúcha, Tatiana nasceu em Porto Alegre, mas cresceu no Havaí, nos Estados Unidos. Ela foi vice-campeã mundial em 2021, ano em que chegou como favorita ao pódio nos Jogos de Tóquio, mas caiu nas oitavas de final para a japonesa Amuro Tsuzuki. Agora, eterniza seu nome na história do surfe olímpico brasileiro.

“Cometi uns erros na bateria. Poderia pegar umas ondas melhores. São coisas pequenas, fazem a diferença, e dessa vez não deu para mim. Mas para mim prata é um sucesso gigante. Eu estou muito orgulhosa. Estou muito feliz”, comentou Tatiana após a bateria, ao canal Sportv. “Foi uma experiência incrível.”

O caminho de Tatiana até a final não foi fácil. Ela não se classificou de maneira direta às oitavas e precisou disputar a repescagem, superando a Candelaria Resano, da Nicarágua. Na etapa seguinte, ela surpreendeu ao bater a australiana Caitlin Simmers, líder do ranking mundial, se colocando como séria postulante à medalha. A representante também passou pela espanhola Nadia Erostarbe, nas quartas, e a derrotou a costarriquenha Brisa Hennessey nas semifinais, aproveitando um erro crasso da rival.

Tatiana Weston-Webb surfa em Teahupo'o, no Taiti, na bateria do ouro do surfe feminino.  Foto: Gregory Bull/AP

Após um dia de altos e baixos em Teahupo’o, o mar esteve levemente agitado na bateria do ouro. Assim como na disputa masculina, o cronômetro passou de 30 para 35 minutos. O início da final foi marcado por fortes marolas, empurrando as surfistas, mas sem necessariamente apresentar boas ondulações. As finalistas estudaram bastante as condições da água antes de tentarem algum movimento. Foram mais de dez minutos somente de observação até a primeira série de ondas.

Tatiana foi a primeira a tentar um tubo, mas acabou sendo engolida pela onda, ficando somente com um 0.33. Caroline Marks conseguiu rápida manobra, caindo logo na sequência também, ficando com 0.50. A americana ficou com a prioridade porque a brasileira acabou parando na bancada após a execução e não conseguiu voltar a tempo de surfar uma segunda onda.

As quedas fizeram as surfistas novamente pararem para observar a melhor onda, se posicionando muito próximas uma da outra. Tatiana foi para liderança quando a americana dispensou uma marola e a brasileira aproveitou para surfar rapidamente uma onda sem muito potencial, tirando 0.43 e chegando a 0.76 na pontuação total. Caroline Marks usou a prioridade para fazer boa manobra no tubo e recebeu um 7.50, elevando a nota para 8, e jogando a responsabilidade para a representante do Brasil a 15 minutos do fim.

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Com a prioridade, Tatiana passou a ter como desafio encontrar uma onda boa suficiente para fazer um 7.57 passar à frente da disputa. A reta final da bateria, porém, foi de marés mais baixas, com a brasileira esperando bastante por uma oportunidade. Faltando oito minutos, a surfista do Brasil conseguiu encaixar uma boa manobra, recebendo um 5.83, e um 1.80 em seguida, somando um 7.63. A americana elevou a pontuação para 10.50 no fim, fazendo com que a brasileira necessitasse de um 4.68 para virar o marcador.

Faltando dois minutos, Caroline administrou a bateria com a sua prioridade, enquanto restou a Tatiana tentar surfar a onda que sobrar. A americana usou a preferência, mas não conseguiu aproveitar e caiu. A brasileira conseguiu boa manobra na sequência faltando pouco mais de um minuto. A bateria acabou ainda sem a nota de Tatiana e a disputa ganhou contornos de tensão. Foi então que os jurados anunciaram um 4.50, nota próxima, mas não o suficiente para a brasileira levar o ouro.

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