Bia Haddad Maia já se garantiu no 11º lugar do ranking da WTA ao chegar na semifinal inédita de Roland Garros com a virada sobre Ons Jabeur nesta quarta. A tenista brasileira pode ser Top 10 caso a checa Karolina Muchova não seja campeã em Paris. A oponente encara a belarussa Aryna Sabalenka, número 2 do mundo, em uma das semifinais desta quinta-feira. O melhor resultado da carreira até então é fruto da disciplina e coragem na visão da tenista. A paulistana irá enfrentar a polonesa Iga Swiatek, que derrotou a americana Coco Gauff, por 2 a 0, por uma vaga na decisão de sábado. Ela volta a atuar nesta sexta, por volta do meio dia de Brasília, com transmissão da ESPN.
Até então, Bia Haddad jamais havia passado da segunda rodada de um Grand Slam na carreira. Ela garante que vem crescendo no circuito ao melhorar a concentração e ser aplicada durante as partidas. Antes, aceitava a ‘trocação’ de golpes com as oponentes. Agora, admite mudar sua maneira de atuar dentro de quadra quando não está confortável.
“Acho que o fato de nunca ter passado da segunda rodada, como falei, é porque desde o começo da carreira ultrapassei muitas barreiras. Entrei no Top 100, depois Top 50, Top 20, ganhei WTA, Masters 1000, tudo aos poucos. Sempre fui me consolidando, nunca fui uma pessoa rompedora e ‘fenômena’, sempre tive de trabalhar duro para confiar em mim e estou muito feliz”, disse à ESPN, antes de elogiar bastante a tunisiana.
“Ainda mais contra a Ons, jogadora que respeito, vinha de 6/3 e 6/0. Quando você entra em uma quadra para jogar pela primeira vez, quadra grande, vento muda, e olha para o outro lado... Estava tendo muitas chances, mesmo com 4 a 1 para ela. Tive dois games que podia ter ganho. Então, eu estava: ‘Não aceita, não se acomoda, fica, fica’. Combinei com o Rafa (Rafael Paciaroni, seu técnico) que se ganhasse um set, se fosse para o terceiro, acreditava muito”, ressaltou. “Fui muito disciplinada, segui no jogo e só posso dizer que realmente estou muito feliz, vivendo um sonho que trabalhei duro para estar aqui.”
A brasileira admitiu que precisou modificar seu jeito de jogar para buscar a terceira virada seguida em Roland Garros. “Era importante ter coragem de mudar a direção, ir para cima. Eu tinha de mudar a altura da bola ou cruzar para dentro, e não é fácil você entrar na Philippe Chatrier (quadra principal de Paris) pela primeira vez”, afirmou Bia. “Tinha alguns fantasminhas. Mas consegui sacar melhor, consegui fazer boas paralelas, mudar a direção (da bola). Passei por todas as experiências (na competição), jogo que fui bem, não tão bem, que briguei, que salvei matchs decisivos. Vamos continuar, ver até onde vai.”
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