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Bia Haddad ganha fama e conquista patrocinadores, mas garante: ‘100% focada dentro de quadra’

Bom desempenho coloca brasileira no radar das grandes marcas que ajudam bastante no crescimento profissional

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Foto do author Felipe Rosa Mendes

Beatriz Haddad Maia começou a temporada de 2024 mais tranquila. Consolidada no circuito profissional, a tenista agora vem conquistando o reconhecimento nacional. Seu brilhante ano de 2023 tornou a brasileira famosa fora dos círculos do tênis e ajudou na conquista de novos patrocinadores, que agora vão permitir benefícios e mais foco em sua preparação a cada semana do ano.

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Os últimos dias de 2023 foram sintomáticos neste sentido. Bia acertou dois apoios de peso, um deles com a famosa marca de joias Tiffany. A brasileira deverá exibir itens da marca em suas partidas, algo que somente medalhões, como Maria Sharapova e Serena Williams já fizeram, em contratos com outras empresas.

Bia também acertou com a Asics, que se tornou sua nova fornecedora de material esportivo. Em quadra, a tenista vai usar as roupas e os tênis da empresa, que já teve em seu time a polonesa Iga Swiatek, atual número 1 do mundo. Antes ela já contava com o suporte de empresas do porte do banco Itaú Personnalité e da Engie, empresa francesa que é das maiores do mundo no ramo de energia.

Bia Haddad tem uma ano bastante promissor pela frente em 2024 Foto: Trevor Collens / AP

Em entrevista ao Estadão, a tenista celebra o momento favorável e diz estar à vontade no papel de garota-propaganda. “Ter o apoio dessas marcas só mostra que estamos caminhando na direção certa e isso nos enche de confiança”, afirmou Bia, que garante não perder o foco diante dos novos compromissos comerciais. Eu e toda minha equipe seguimos sonhando e trabalhando muito duro, 100% focados dentro de quadra, com muito amor e profissionalismo, para alcançar novos objetivos e contribuir com a imagem do tênis brasileiro e agregar valor as marcas parceiras.”

No total, Bia já conta com oito patrocinadores — a lista deve subir nos próximos dias. O aumento de apoiadores tem relação direta com a ascensão da brasileira no circuito profissional. Após enfrentar diversas lesões ao longo dos últimos anos, Bia teve uma temporada mais estável do ponto de vista físico no ano passado e pôde mostrar em quadra todo o seu potencial. Neste ritmo, alcançou o Top 10 do ranking pela primeira vez, atingiu uma histórica semifinal de Roland Garros e selou a temporada com título de simples e duplas em seu último torneio do ano.

O bom momento contrasta com a situação que a tenista viveu entre 2019 e 2020. Bia chegou a ficar 13 meses longe das quadras neste período por causa de uma suspensão por doping, pandemia de covid-19 e uma lesão. Em entrevista ao Estadão na época, ela revelou que estava sem recursos porque, como a maioria dos tenistas, dependia das premiações dos torneios.

Agora a atleta de 27 anos pode contar também com a renda vinda dos patrocínios. Os valores não são revelados, mas Bia garante que alcançou o patamar tão sonhado pelos tenistas que permite viajar com sua equipe para todos os torneios.

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“Sempre busquei ter um ou mais membros da minha equipe comigo, mesmo quando eu saía no prejuízo. Tenho claro há muito tempo que não se chega ao topo sozinha. Todos nós precisamos de ajuda e cuidado. Atualmente, claro, meus patrocínios me permitem realizar 100% daquilo que julgamos ideal para minha performance e consigo estar o tempo todo com minha equipe nos torneios”, contou à reportagem.

Ela destaca, porém, que os valores de premiação, divulgados com frequência pela imprensa, não espelham sua realidade. “Os valores divulgados são brutos e não englobam os inúmeros investimentos que faço desde os meus 11 anos de idade”, enfatizou, lembrando que suas despesas no circuito também são feitas em dólares e euros.

Se no aspecto financeiro a vida de Bia tem sido mais tranquila, na parte social ela tem ficado mais agitada. “As pessoas têm me reconhecido mais. Tem acontecido com alguma frequência receber pedidos para fotos ou autógrafos, sobretudo em ambientes esportivos. E eu, particularmente, acho muito especial receber esse carinho e, de alguma forma, representar as mulheres atletas do Brasil.”

A atleta, contudo, garante que a “badalação” não muda seus objetivos e sua postura dentro de quadra. “Ao mesmo tempo que algumas coisas mudaram externamente, como o nível de exposição na mídia e reconhecimento das pessoas no dia a dia, pouca coisa mudou dentro de mim. Sigo sendo uma garota simples e trabalhadora. Me sinto apenas mais forte e segura do meu papel e caminho.”

EM BUSCA DE EXPERIÊNCIA

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Antes de viajar para a Oceania, onde se prepara para o primeiro Grand Slam do ano, o Aberto da Austrália, Bia buscou a experiência e os bons conselhos de ex-tenistas do País. Sua pré-temporada, ainda em solo brasileiro, teve a presença de Fernando Meligeni, Ricardo Mello, ex-número 50 do mundo, e Gustavo Kuerten.

“É algo que temos como princípio básico dentro da nossa equipe: sempre estarmos abertos a aprender e ter claro que precisamos seguir evoluindo. Monitoramos e escolhemos os momentos certos para isso. E tem sido extremamente positivo. Já fazemos isso há algum bom tempo. Alguns deles eu cresci vendo jogar e são momentos especiais”, comentou Bia.

Ela chegou a bater bola com Guga em Florianópolis antes de embarcar para a Austrália. “A genialidade do Guga vem da sua forma simples de pensar somada ao caráter e valores pessoais e familiares que ele possui. Um privilégio ter ele por perto e só me resta agradecer”, afirmou a tenista, se referindo aos conselhos que buscou com o tricampeão de Roland Garros.

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