sofreu nesta sexta-feira uma das derrotas mais surpreendentes de sua gloriosa carreira. O tenista suíço, recordista de títulos de Grand Slam e dono de mais de mil vitórias em torneios de simples, caiu por 3 sets a 1 diante do italiano Andreas Seppi na terceira rodada do Aberto da Austrália.
Ele defendia um retrospecto de dez vitórias em dez jogos contra o seu rival, hoje o 46º colocado do ranking mundial, mas revelou após o revés que chegou a pressentir a derrota desde a última quinta-feira. "Eu senti por alguma razão ontem e nesta manhã que as coisas não seriam tão simples hoje", afirmou Federer, revelando que o pensamento negativo em relação ao confronto também "foi um erro".
Federer ainda admitiu abalo com a derrota sofrida no tie-break do segundo set, no qual Seppi abriu 2 a 0 e colocou ainda mais pressão sobre o suíço. "Sabia o quão importante era esse tie-break do segundo set, claramente doeu perdê-lo. Me abateu perder este segundo set, e o quarto também. O final não foi bonito", lamentou.
Seppi, por sua vez, destacou que entrou em quadra apostando que poderia vencer, embora viesse de um retrospecto amplamente negativo diante do seu lendário adversário. "Tinha de acreditar que podia ganhar. Somente tentava me manter relaxado, me concentrar em cada golpe e respirar tranquilo, sem ficar nervoso", disse o italiano. "Acho que fiz isso bastante bem. Muito bem. Estou muito feliz por ter conseguido controlar as emoções", reforçou.
O próprio cenário grandioso do Aberto da Austrália e o fato de jogar como um autêntico azarão colaboraram para que Seppi jogasse de forma solta, sem medo de errar os golpes. "Apesar de nunca ter vencido em 10 jogos, fui para a quadra para apreciar a chance de jogar na quadra central, com estádio lotado, um Grand Slam contra Federer. Estava muito calmo. Até nos momentos delicados me sentia muito tranquilo, talvez tenha sido o jogo que me senti mais confortável com minhas emoções de toda a carreira. Me ajudou muito no final do jogo", enfatizou.
Seppi ainda assegurou que está "certamente foi sua maior vitória", embora ele já tivesse superado por uma vez o espanhol Rafael Nadal em Roterdã, "quando ele era o número 2 do ranking". "Contra Roger eu nunca tinha chegado nem perto de vencer", lembrou.
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