O grande nome deste Rio Open é campeão de Grand Slam e já foi número 1 do mundo. Mas não é tenista europeu e nem aparecia na lista dos favoritos. Após as quedas precoces do espanhol Carlos Alcaraz e do suíço Stan Wawrinka, todas as atenções estão voltadas para o jovem brasileiro João Fonseca, que vem fazendo história com suas primeiras vitórias em um torneio de nível ATP.
O carioca de apenas 17 anos disputa uma competição da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) pela segunda vez na carreira. A primeira foi justamente no Rio Open do ano passado, quando foi eliminado logo na estreia. Mas, de um ano para o outro, tudo mudou na carreira do tenista.
A temporada 2023 foi marcante porque o brasileiro encerrou sua trajetória entre os juvenis em alto estilo. Foi campeão do US Open, o quarto Grand Slam do ano, em Nova York. E terminou o ano como número 1 do mundo entre os juvenis, levando o troféu simbólico de “campeão mundial” da Federação Internacional de Tênis (ITF, na sigla em inglês) daquela temporada.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/PMMUIEHHSBBJ3L2WGDAQMLBEXE.jpg?quality=80&auth=dc6fd48889bdbbc1034be9b0e8e278b3e236d8146fb5a669a73c1553afd9707f&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/PMMUIEHHSBBJ3L2WGDAQMLBEXE.jpg?quality=80&auth=dc6fd48889bdbbc1034be9b0e8e278b3e236d8146fb5a669a73c1553afd9707f&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/PMMUIEHHSBBJ3L2WGDAQMLBEXE.jpg?quality=80&auth=dc6fd48889bdbbc1034be9b0e8e278b3e236d8146fb5a669a73c1553afd9707f&width=1200 1322w)
Neste ano, Fonseca vinha disputando alguns torneios Challenger, nível abaixo da ATP, ainda sem maior sucesso. Até que recebeu o convite da organização do Rio Open para entrar diretamente na chave principal. Desde então, o brasileiro não vem decepcionando. Na estreia, derrubou um dos candidatos a sensação do Rio Open, o francês Arthur Fils, sétimo cabeça de chave e promessa do tênis mundial.
E, nas oitavas de final, derrubou o experiente chileno Cristian Garin com um duplo 6/4. “Acho que estou vivendo um sonho, não caiu um pouco a ficha ainda, mas eu quero continuar nesse sonho cada vez mais. Estou muito feliz com a minha trajetória até aqui, estou feliz com o jogo que eu estou jogando do jeito que eu evoluí de um ano para cá não só tecnicamente, mas também fisicamente e mentalmente também, estou muito mais maduro”, disse Fonseca.
Com a vitória, o carioca avançou às quartas de final, registrando sua melhor campanha em um torneio de nível ATP. Além disso, ele se tornou o mais jovem brasileiro desde Gustavo Kuerten a atingir tal fase de uma competição deste nível. Aos 17 anos e 6 meses, ele entrou para a seleta lista dos mais jovens do mundo nas quartas desde 2000, ao lado de Rafael Nadal (2003), Alexander Zverev (2014), Karen Khachanov (2013) e Kei Nishikori (2007).
Fonseca voltará à quadra principal do complexo do Rio Open, no Jockey Club Brasileiro, para disputar as quartas de final na rodada noturna. Seu adversário será o argentino Mariano Navone, que veio do qualifying, tem 22 anos e é o atual 113º do mundo. Fonseca ocupa o 655º posto na lista da ATP.
Futuro
A grande campanha pode influir diretamente numa séria decisão a ser tomada pelo brasileiro nos próximos meses. Fonseca vai decidir em junho se concentrará sua energia no circuito profissional ou se aceitará convite para estudar numa universidade americana, o que lhe permitiria disputar o bom circuito universitário dos Estados Unidos.
No fim do ano passado, ele divulgou comunicado em que revelava ter assinado uma carta de intenção de representar a University of Virginia a partir deste ano. Fonseca avisou que decidiria somente em junho e que, caso decidisse pelos EUA, permaneceria por lá por um ano. Voltaria, na sequência, para o circuito profissional, seu grande objetivo na carreira.
O bom desempenho no Rio Open, e possivelmente, na sequência da temporada podem interferir em sua decisão nos próximos meses. “Estou deixando as duas portas abertas. Tenho falando com algumas universidades. Quero deixar estas portas abertas o máximo de tempo possível, que deve ser até junho do ano que vem. Acho que seria uma boa experiência passar oito meses nos EUA e depois trancar a faculdade. E seguir para a carreira profissional”, disse o brasileiro, em setembro do ano passado.