Organizadores de Grand Slam apoiam Naomi Osaka e prometem mudanças em torneios

'A saúde mental é um assunto muito desafiador e que merece nossa maior atenção', diz a nota assinada por Jayne Hrdlicka (Aberto da Austrália), Gilles Moretton (Roland Garros), Ian Hewitt (Wimbledon) e Mike McNulty (US Open)

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação

Depois de Naomi Osaka abandonar a disputa de Roland Garros, alegando dificuldades relacionadas à sua saúde mental e admitindo sofrer com a depressão, os quatro Grand Slam se manifestaram de forma conjunta prestando apoio à tenista japonesa nesse momento difícil de sua vida pessoal e prometendo mudanças para tornar o ambiente dos torneios mais saudável para jogadores, fãs e profissionais de imprensa.

"Em nome dos Grand Slam, desejamos oferecer a Naomi Osaka nosso apoio e assistência de todas as maneiras possíveis enquanto ela ficar fora das quadras. Ela é uma atleta excepcional e esperamos seu retorno assim que ela julgar conveniente", disse a nota assinada por Jayne Hrdlicka (Aberto da Austrália), Gilles Moretton (Roland Garros), Ian Hewitt (Wimbledon) e Mike McNulty (US Open).

Osaka havia dito que não participaria das entrevistas coletivas obrigatórias e o assunto se tornou uma enorme polêmica em Paris. Foto: Lynne Sladky/AP

PUBLICIDADE

"A saúde mental é um assunto muito desafiador e que merece nossa maior atenção. É complexo e pessoal, pois o que afeta um indivíduo não afeta necessariamente outro. Elogiamos Naomi por compartilhar em suas próprias palavras as pressões e ansiedades que ela está sentindo e sentimos empatia com as pressões únicas que os jogadores de tênis podem enfrentar", seguiu o comunicado.

"Embora o bem-estar dos jogadores sempre tenha sido uma prioridade para os Grand Slams, nossa intenção, junto com a WTA, a ATP e a ITF, é melhorar a saúde mental e o bem-estar por meio de outras ações", garantiram as entidades. "Juntos, como comunidade, continuaremos a melhorar a experiência dos jogadores em nossos torneios, inclusive no que se refere à mídia. A mudança deve manter o princípio do jogo justo, independentemente de ranking ou status. O esporte exige regras e regulamentos para garantir que nenhum jogador tenha uma vantagem injusta sobre outro".

Publicidade

"Pretendemos trabalhar ao lado dos jogadores, das turnês, da mídia e da comunidade de tênis em geral para criar melhorias significativas. Como Grand Slam, nosso objetivo é criar o palco para os jogadores alcançarem os maiores prêmios em nosso esporte".

Antes do torneio, Osaka havia dito que não participaria das entrevistas coletivas obrigatórias e o assunto se tornou uma enorme polêmica em Paris. A número 2 do mundo não falou à imprensa depois da vitória na partida de estreia, disputada no último domingo, e foi multada. Além disso, a jogadora de 23 anos foi advertida de que novas violações ao código de conduta poderiam causar penas mais severas, como a desclassificação do torneio e suspensão dos próximos Grand Slam.

Mas a situação mudou depois que Osaka emitiu um novo comunicado, explicando de forma mais clara e aberta sobre sua saúde mental. Ela já havia recebido o apoio da Federação Francesa de Tênis (FFT, na sigla em francês) na última segunda-feira e isso foi reforçado pelos demais Grand Slam.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.