Triatleta coloca o corpo à prova em ultramaratona mais quente da história no Vale da Morte

Francês Ludovic Chorgnon, de 50 anos, treinou em uma sauna para se preparar para o desafio nos Estados Unidos

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Por Sabine Colpart com Richard Bouhet
Atualização:

Após um recorde de frio, uma mudança radical das condições. O francês Ludovic Chorgnon se prepara para realizar a ultramaratona mais quente da história, a 50° no Vale da Morte (Estados Unidos), apenas cinco meses depois de realizar a mesma prova no círculo polar ártico. 

No calor da sauna na ilha de Reunião, onde mora, Ludovic Chorgnon sua após pedalar quilômetros em sua bicicleta ergométrica. Submeter o corpo a um esforço físico intenso e longo com temperaturas altas faz parte do seu cotidiano há vários meses. 

Francês Ludovic Chorgnon, de 50 anos, treinou em uma sauna para se preparar para o desafio nos Estados Unidos Foto: Richard Bouhet / AFP

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Este francês de 50 anos se prepara para um desafio extremo: realizar uma ultramaratona (3,8 km de natação, 180 km de bicicleta e 42 km de corrida) no lugar mais quente do planeta, o Vale da Morte no estado de Nevada. "Já atravessei uma vez o Vale da Morte correndo. Foi o que mais me assustou na vida. Meu corpo foi levado ao último limite, não lembrava meu nome, nem o da minha esposa, que estava a três metros de mim", contou.

Isso ocorreu em 2007. Ele percorreu sem parar 217 km que separam Bad Water (o ponto mais baixo, -85,5 m) do Monte Whitney (o ponto mais alto, a 4.418 m) em 44 horas durante a ultramaratona de Bad Water.

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Desde então, Chorgnon insiste na busca pelo extremo e se destacou com um recorde em 2015 quando realizou 41 provas de Ironman em 41 dias, em homenagem ao número de seu departamento natal, o Loir-et-Cher.

ULTRAMARATONAS EXTREMAS

Insaciável, há um ano se lançou em outro desafio, o de ser o primeiro atleta a realizar ultramaratonas extremas. Em agosto de 2020, cumpriu a de maior desnível (12.000m positivos) e em fevereiro de 2022 a mais fria, com 20 horas de esforço máximo nas águas quase congeladas e na pista coberta por neve na Finlândia.

"Quando não há nada especial em minha programação, treino de duas a três horas por dia, intercalando jornadas de 10 a 12 horas de exercícios, mesmo no final de semana ou durante a noite", explica.

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Sob o sol escaldante no deserto de Nevada, Chorgnon sabe que só pode contar com ele mesmo. "Será mais complicado quando fizer mais calor. No frio, posso usar camadas (de roupa) para me proteger, mas não no calor. A experiência na sauna me permite ter uma ideia de quão difícil será, não é possível controlar o corpo", garante.

Chorgnon começará pela natação realizando 152 voltas na piscina do Hotel Oasis, um dos complexos hoteleiros do Vale da Morte, cuja temperatura da água será 33 graus. Ele calcula que nadará uma hora e 10 minutos para completar a distância.

Depois montará na bicicleta, a prova mais complicada, segundo o esportista, pela posição do corpo. Serão três idas e voltas em um trajeto de 60 km, em um tempo provável de oito horas. A última etapa será a corrida em um circuito de 7 km, em torno do qual realizará seis voltas em um tempo estimado de seis horas.

Um juiz internacional, o francês Thomas Mantelli, acompanhará a prova para homologar o feito no Livro Guiness dos Recordes.

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