A declaração do Comitê Olímpico Internacional (COI) de que atletas “não podem ser banidos para sempre” de suas competições simplesmente pelo registro que carregam no documento não caiu bem para alguns países da Europa. Nesta segunda-feira, um dia antes de o congresso da entidade começar, Ucrânia e Polônia ganharam apoio de Estônia, Lituânia e Letônia para que russos e belarussos sigam impedidos de disputar competições olímpicas, mesmo sob bandeira neutra, enquanto não acabar a invasão russa à Ucrânia.
O COI ainda não anunciou se russos e belarrussos serão liberados para buscar vaga nos Jogos de Paris-2024 defendendo suas cores ou mesmo se terão de jogar sem bandeira na competição francesa. Entre terça e quinta-feira, o Comitê Executivo da entidade vai se reunir e debater o assunto.
Temendo uma derrota, Ucrânia, Polônia, Estônia, Lituânia e Letônia soltaram um comunicado conjunto cobrando a entidade que mantenha a suspensão enquanto a guerra não chegar ao fim.
“À medida que nos aproximamos da próxima reunião do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional, de 28 a 30 de março, gostaríamos de reiterar a posição da Ucrânia sobre os recentes apelos do COI para determinar maneiras para permitir que atletas russos e belarussos compitam como ‘neutros’”, iniciou o comunicado, mostrando ser contra a presença dos “adversários” mesmo sem defender seu país como vem ocorrendo em torneios de tênis.
“Estamos profundamente convencidos de que agora não é o momento de considerar o retorno de atletas russos e bielorrussos aos Jogos Olímpicos de forma alguma. Embora o COI ainda não tenha tomado nenhuma decisão final, pedimos que reconsidere seus planos e retorne à sua posição original e comprovada, apoiada pela comunidade internacional”, pressionou os aliados, reprovando a justificativa de que nem todos têm culpa da guerra.
Os países contrários justificam que muitos são financiados por seus governos e, desta manteria, têm, sim, relação com a invasão à Ucrânia. “Lamentamos que o COI tenha usado essas preocupações como desculpa para mudar radicalmente sua bem fundamentada posição anterior sobre a recomendação de excluir atletas e dirigentes russos e belarussos de competições esportivas internacionais. Gostaríamos de enfatizar que não é a nacionalidade dos atletas que determina seu papel, mas o fato de serem patrocinados/apoiados por seus governos ou por empresas que apoiam o regime do Kremlin que continua sua guerra agressiva contra a Ucrânia, ou mesmo que são diretamente militares russos.”
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.