Luta de tapa na cara? Veja vídeos e conheça o novo negócio de Dana White, chefão do UFC

Modalidade emergente nos Estados Unidos ganha programa de TV e alteração nas regras visando a segurança dos competidores; congressistas criticam e citam casos de concussão

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Por AP
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A comissão estadual que regula a luta de tapas — na qual os oponentes se revezam em bofetadas um no rosto do outro — tentou na última quarta-feira abordar uma questão crítica para a emergente modalidade: o que constitui um tapa legal? A Comissão Atlética de Nevada decidiu que os competidores da Power Slap League devem desferir apenas golpes com a mão aberta e não devem acertar os oponentes abaixo do queixo. A alteração nas regras busca tornar as partidas mais seguras e evitar partidas não regulamentadas.

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“Então, esses caras querem levar o esporte a sério e parece que sim”, disse Anthony Marnell III, presidente da comissão que também regula o boxe e outros esportes de combate. “Parece que eles querem evoluir as regras. Nós, como comissão, precisamos acompanhá-los na velocidade da luz sobre como vamos revisar isso. E temos que ter um processo para isso porque vai haver controvérsia.”

Em novembro, a comissão também aprovou a licença do presidente do Ultimate Fighting Championship (UFC), Dana White, para promover a Power Slap League. White e outros oficiais da maior organização de Artes Marciais Mistas (MMA) estão envolvidos na liga, promovendo a competição, mas o UFC não a opera.

Dana White, chefão do UFC, está promovendo campeonato de tapa na cara. Foto: Gregory Payan/ AP

Power Slap está sendo apresentado ao público nos Estados Unidos por meio do programa “Power Slap: Road to the Title”, do canal TBS. Os primeiros quatro episódios tiveram uma média de 275 mil telespectadores. No entanto, o programa exibiu muitos competidores apresentando sintomas aparentes de concussão, levantando preocupações sobre a segurança da competição.

O presidente do Power Slap, Frank Lamicella, disse à comissão que “não houve lesões graves” entre as 25 partidas aprovadas pela comissão. Qualquer tapa que não atenda aos critérios resultará em desclassificação, e todo golpe está sujeito à análise do vídeo. O oficial de revisão tem a palavra final sobre se alguém é desqualificado.

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“Acho que temos que levar esse esporte, goste você ou não, tão a sério quanto levamos a luta de boxe de US$ 20 milhões, US$ 100 milhões pela qual somos responsáveis”, disse Marnell. “Precisamos de um processo para isso porque, pelo que vejo, ainda não participei de um pessoalmente, mas assistindo a isso, você estará revisando cada tapa. O aperto no osso do carpo atingindo a bochecha primeiro tem que ser tolerância zero. Acabou nesse ponto.”

Lamicella disse que a liga está usando o mesmo equipamento de replay do UFC. “Pegamos as regras do MMA e ajustamos para tapa, e está evoluindo e vai evoluir ainda mais”, disse Lamicella.

White promoveu o show do TBS em uma entrevista ao Front Office Sports na semana passada. Ele reconheceu na entrevista que um vídeo dele e sua esposa se batendo durante uma discussão na véspera de Ano Novo em uma boate mexicana não ajudou em seus esforços para promover o novo esporte. Ele chamou o momento de “irônico e horrível ao mesmo tempo” e se desculpou publicamente por bater em sua esposa.

A comissão aprovou os próximos eventos do Power Slap nos dias 9 e 11 de março no UFC Apex em Las Vegas. O UFC Apex planeja instalar uma arena de mil lugares, de acordo com o Las Vegas Review-Journal.

Congressistas reprovam

O representante do nono distrito de Nova Jersey, Bill Pascrell Jr., revelou que ele e o representante do segundo distrito de Nebraska, Don Bacon, entraram em contato com a TBS para criticar a “violência estúpida” do programa. Pascrell é voz aiva na conscientização sobre lesões cerebrais, introduzindo leis que acabaram sendo endossadas na NFL, principal liga de futebol americano.

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Nas redes sociais, Pascrell mostrou uma carta enviada a David Zaslav, o presidente e CEO da Warner Bros, e ao CEO da Endeavor, Ari Emanuel — responsáveis pela veiculação do show —, apontando seus questionamentos com a Power Slap. Os congressistas afirmam que a nova liga “capitaliza o comportamento violento e o drama escandaloso disfarçado de proeza atlética para obter lucro”.

A carta critica o fato de os participantes receberem uma quantia de apenas US$ 2 mil para “colocar em risco sua saúde mental e física”. Os congressistas também citam a falta de um protocolo de segurança e pediram respostas sobre isenções de responsabilidade, assistência médica de longo prazo e divulgações aos competidores sobre os riscos.

Dana White recentemente defendeu o Powerslap de críticas sobre segurança. “Não há ninguém mais importante em saúde e segurança do que eu. Mesmo que você consiga se defender, no boxe os caras levam de 400 a 600 socos por luta. Esses caras levam três tapas ou menos durante um evento”, disse, em entrevista ao The Jim Rome Show.

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