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Entenda o que falta para a Andretti ser confirmada na Fórmula 1 e se tornar a 11ª escuderia do grid

Em parceria com a Cadillac, equipe americana tenta viabilizar sua participação na categoria máxima do automobilismo

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Por Redação

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) anunciou nesta segunda-feira, dia 2, que Michael Andretti atende a todos os critérios exigidos para formar uma equipe de Fórmula 1, um passo importante para expandir o grid da principal categoria para 11 escuderias. A decisão da FIA, no entanto, não garante que a Andretti poderá perfilar dois carros no grid. A Andretti Global e a parceira Cadillac ainda devem provar seu valor comercial à Liberty Media, detentora dos direitos da F-1, e às equipes existentes, que se opõem preliminarmente à expansão do grid de 20 carros para 22, assim como 22 pilotos.

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No entanto, o anúncio desta segunda-feira foi um primeiro e importante passo na busca de três anos da Andretti para devolver um dos nomes mais célebres do automobilismo à categoria. Mario Andretti venceu o campeonato de F-1 de 1978 e Michael, seu filho, participou de 13 corridas durante a temporada de 1993.

Pai e filho estão entre os pilotos de maior sucesso na história das corridas americanas e ocupam o terceiro e quarto lugar, respectivamente, na lista de vitórias de todos os tempos da Fórmula Indy. Eles vêm tentando há anos trazer o nome Andretti de volta à F-1 e superaram um obstáculo ao terem formalizado o apoio do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem.

Michael Andretti e Ben Sulayem se encontram durante o GP de Miami de F-1. Foto: Jenna Fryer/ AP

“A FIA é obrigada a aprovar candidaturas que cumpram os requisitos de candidatura de Manifestações de Interesse e aderimos a esse procedimento ao decidir que a candidatura da Andretti Formula Racing LLC prosseguiria para a próxima fase do processo de candidatura”, disse Ben Sulayem. “A Andretti Formula Racing LLC foi a única entidade que atendeu aos critérios de seleção estabelecidos em todos os aspectos materiais. Parabenizo Michael Andretti e sua equipe pela finalização completa.”

Ben Sulayem, que assumiu a chefia da FIA no fim de 2021, liderou a abertura este ano de um processo de “manifestação de interesse” para potenciais novas equipes depois que Andretti solicitou que o grid fosse expandido para permitir novos participantes. A moção de Andretti veio após uma oferta fracassada em 2021 para comprar uma equipe existente.

A FIA recebeu sete candidatos na primeira fase. Cinco passaram para a segunda rodada, que exigiu uma taxa de US$ 300 mil e um aprofundamento do órgão dirigente da F-1. Apenas quatro candidatos concluíram todo o processo; Andretti, com motores que receberiam o emblema da General Motors sob a bandeira Cadillac, foi considerada o único candidato digno.

A candidatura teve de atender a requisitos esportivos, técnicos e financeiros da FIA para ser recomendada como futura escuderia da categoria. Ben Sulayem disse ainda que “o objetivo, após rigorosa devida diligência durante a fase de inscrição, era aprovar apenas inscrições potenciais que atendessem aos critérios estabelecidos e ilustrassem que agregariam valor ao esporte”.

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Equipes são contrárias ao aumento no grid

A maioria das equipes existentes tem sido publicamente contra a expansão do grid para qualquer pessoa, mesmo um americano com a marca General Motors. A F-1 este ano terá três corridas nos Estados Unidos, cinco na América do Norte, e tem como alvo um novo mercado de patrocínio ao explorar a popularidade da categoria no país.

Mas as equipes existentes - nomeadamente as principais Red Bull e Mercedes - argumentam que investiram muito na F-1 para que alguém pudesse comprar sua entrada na categoria. É necessária uma taxa anti-diluição de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) para qualquer novo participante, mas as equipes argumentam que a expansão diminui sua fatia. Eles argumentam que se Andretti quer tanto um time, então deveria simplesmente comprar um. Foram recusadas as iniciativas da Hitech, Rodin Carlin e do grupo asiático Lkysunz.

Gene Haas fez exatamente isso e lançou a única equipe de propriedade americana em 2016. Andretti apontou que sua equipe será realmente a escuderia americana com um verdadeiro piloto americano, o apoio da GM e de um patrocinador dos Estados Unidos.

Nova motorização atrai interessados na Fórmula 1

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Ben Sulayem apoiou o esforço da Andretti e disse que o nome Andretti e a General Motors trazem muito para a categoria para serem totalmente rejeitados por futuras equipes. Ele também não tem uma participação financeira nos lucros da F-1 da forma como a Liberty e as equipes existentes coletam atualmente. Ben Sulayem disse que abrir o processo para a adesão de novas equipes “também atraiu ainda mais o compromisso da Audi, Honda e Ford e o interesse da Porsche e da General Motors”.

Em 2026, a Fórmula 1 ganhará nova motorização, fato que tem atraído interesse de importantes marcas. Além da GM (por meio da Cadillac), Ford e Audi vão fornecer unidades de potência para Red Bull (e a filial AlphaTauri) e Sauber, respectivamente. Ferrari, Mercedes e Alpine, com equipes próprias, continuam firmes na categoria, assim como a Honda, que deixará de dar suporte à atual campeã de construtores para firmar uma parceria com a Aston Martin. Williams, McLaren e Haas ainda não definiram quais motores usarão em 2026.

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